FORAM DOIS, “VOLTAMOS EM CINCO”: FAMÍLIA E REPRODUÇÃO ASSISTIDA EM MARECHAL CÂNDIDO RONDON

Samuelli Cristine Fernandes Heidemann, Regina Coelli Machado e Silva

Resumo


Este artigo apresenta os principais resultados da pesquisa de dissertação cujo objetivo foi analisar a reprodução assistida como um meio de manter relacionamentos “tradicionais” da família nuclear moderna, centrada no amor, no afeto, na ideia de “projeto” do casal, que liga os pais a seus filhos, e nas categorias do sangue e do nome de família. A pesquisa, realizada nos anos de 2017 e 2018, no pequeno município de Marechal Cândido Rondon/PR, centrou-se na experiência vivida por oito mulheres e um homem que utilizaram meios reprodutivos tecnológicos como a inseminação artificial e a fertilização in vitro. Esses métodos intervêm agressivamente sobre os corpos dessas mulheres pelo uso intensivo de medicalização, não sendo questionado por elas o modo como as técnicas são divulgadas e mercantilizadas. Como estratégia metodológica, além das referências analíticas e bibliográficas sobre o tema, a construção de dados foi feita por meio de entrevistas semiestruturadas e de outras fontes obtidas em sites da internet e nas redes sociais como o Facebook. O argumento apresentado é que, para essas mulheres e suas famílias, a reprodução assistida “corrige” a infertilidade e seus efeitos estigmatizantes e, sobretudo, conduz à realização do projeto parental biogenético, reforçando o núcleo familiar composto por pai, mãe e filho biológico.

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PERCURSO, e-ISSN: 2316-7521

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