TEXTOS E HERMENÊUTICA: PROBLEMAS DE COMPREENSÃO NO ÂMBITO CONSTITUCIONAL
Abstract
Apresenta-se uma leitura da questão metodológica fundamental para as ciências humanas, aquela da aquisição do sentido. Depois da chamada reviravolta linguístico-pragmática e do uso intensificado da inteligência artificial: os problemas da Filosofia da Consciência e da Hermenêutica se tornaram mais agudos e as respostas da Filosofia Analítica e da Linguagem pareceram se impor como panaceia. Mas, novos problemas surgiram e foram enfrentados pelo pragmatismo (em particular: Rorty) sem que se possa dizer de soluções efetivas. As consequências desse embate sobre os reclamos de uma teoria da interpretação em Direito foram agudizar a percepção de que problemas pragmáticos interferem sobre as decisões relevantes e conduzem à reelaboração de normas gerais. Nos limites deste artigo, se procurará explanar, numa diagnose, os principais núcleos argumentativos e, ao fim, propor-se o encaminhamento de uma nova conjectura.
Volltext:
PDF (Português (Brasil))Literaturhinweise
ADORNO, Theodor W. A disputa do positivismo na sociologia alemã. Organização, coordenação e prefácio à edição brasileira: Márcio Pugliesi. Tradução de Ana Laura et al. São Paulo: Ícone, 2014.
AGUILLAR, Fernando Herren. Metodologia da ciência do direito. São Paulo: Max Limonad, 1996.
AIDAR PRADO, José Luiz. Brecha na comunicação: “Habermas, o outro, Lacan”. São Paulo: Hacker/CESPUC, 1996.
ALEXY, Robert. Direito, razão, discurso: estudos para a filosofia do direito. Tradução de Luís Afonso Heck. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010.
ALEXY, Robert. Teoria de los derechos fundamentales. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales, 1993.
ALTHUSSER, Louis. Ideologia e aparelhos ideológicos de Estado. Tradução de Joaquim José de Moura Ramos. 3. ed. Lisboa: Presença, 1980.
ANDRADE, Manuel A. Domingues. Ensaio sobre a teoria da interpretação das leis. 3. ed. Coimbra: Arménio Amado, 1978.
APOSTEL, Leo. Towards the formal study of models in the non-formal sciences. In: FREUDENTHAL, Hans (ed.). The concept and the role of the model in mathematics and natural and social sciences. Dordrecht: Reidel, 1961. p. 1–37.
AYER, Alfred Julius. Lenguaje, verdad y lógica. Tradução de Marcial Suárez. Barcelona: Martínez Roca, 1971.
BARROSO, Luís Roberto. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade no direito constitucional. Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política, São Paulo, n. 23, 1998.
BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional transformadora. 6. ed. São Paulo, 2004.
BAUMAN, Zygmunt. Legisladores e intérpretes: sobre modernidade, pós-modernidade e intelectuais. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
BLEICHER, Josef. Hermenêutica contemporânea. Tradução de Maria Georgina Segurado. Revisão de Carlos Morujão. Lisboa: Edições 70, 2002.
BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de filosofia do direito. Tradução de Márcio Pugliesi; Carlos E. Rodrigues; Edson Bini. São Paulo: Ícone, 1999.
BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurídico. Tradução de Cláudio de Cicco; Maria Celeste C. J. Santos. Brasília: UnB, 1989.
BONAVIDES, Paulo. Do Estado liberal ao Estado social. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 1996.
BONNECASE, Julien. Introduction à l’étude du droit. 2. ed. Paris: Recueil Sirey, 1931.
BOULANGER, Jean. Principes généraux du droit positif et droit positif. In: Le droit privé français au milieu du XXe siècle: études offertes à Georges Ripert. Paris: LGDJ, 1950.
BÜHLER, Karl. Teoría del lenguaje. Tradução de Julián Marías. Madrid: Revista de Occidente, 1950.
CAMARGO, Margarida Maria Lacombe. Hermenêutica e argumentação: uma contribuição ao estudo do direito. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da Constituição. Coimbra: Almedina, 1999.
COSSIO, Carlos. Teoría de la verdad jurídica. Buenos Aires: Losada, 1954.
DILTHEY, Wilhelm. Weltanschauungslehre: Abhandlungen zur Philosophie der Philosophie. Leipzig: B. G. Teubner, 1931.
DWORKIN, Ronald. Los derechos en serio. Barcelona: Ariel, 1997.
ECO, Umberto. Interpretação e superinterpretação. Tradução de Maria Freire. Revisão e texto final de Monica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
ENGISCH, Karl. Introdução ao pensamento jurídico. Tradução de João Baptista Machado. 6. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1988.
FARIA, José Eduardo. Eficácia jurídica e violência simbólica: o direito como instrumento de transformação social. São Paulo: EDUSP, 1988.
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, dominação, decisão. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
FERRAZ JUNIOR, Tércio Sampaio. Prefácio. In: VIEHWEG, Theodor. Tópica e jurisprudência. Brasília: Ministério da Justiça; UnB, 1979.
FIGUEROA, Alfonso García. Positivismo corrigido e positivistas incorrigíveis. In: MOREIRA, Eduardo Ribeiro (org.). Argumentação e Estado Constitucional. São Paulo: Ícone, 2012.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 6. ed. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
FREUDENTHAL, Hans (ed.). The concept and the role of the model in mathematics and natural and social sciences. Dordrecht: Reidel, 1961.
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. 3. ed. Tradução de Flávio Paulo Meurer. Revisão de Ênio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 1999.
GOLDSCHMIDT, Victor. A religião de Platão. Tradução de Ieda e Oswaldo Porchat Pereira. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970.
HABERMAS, Jürgen. On the logic of the social sciences. Tradução de Shierry Weber Nicholsen; Jerry A. Stark. 5. ed. Cambridge: MIT Press, 1994.
HART, Herbert L. A. O conceito de direito. Tradução de A. Ribeiro Mendes. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1986.
HEIDEGGER, Martin. El ser y el tiempo. Tradução de José Gaos. México: Fondo de Cultura Económica, 1951.
HUSSERL, Edmund. Meditações cartesianas: introdução à fenomenologia. Coordenação de Márcio Pugliesi. Tradução de Frank de Oliveira. São Paulo: Madras, 2001.
JAMES, William. El significado de la verdad. Tradução de Santos Rubiano. Madrid: Daniel Jorro, 1924.
KELSEN, Hans. ¿Quién debe ser el defensor de la Constitución? Madrid: Tecnos, 1995.
MAIA, Antônio Cavalcanti. A importância da dimensão argumentativa à compreensão da práxis jurídica contemporânea. Posfácio. In: CAMARGO, Margarida Maria Lacombe. Hermenêutica e argumentação. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.
MAIA, Antônio Cavalcanti. Habermas/Alexy e o discurso prático. In: MOREIRA, Eduardo Ribeiro (org.). Argumentação e Estado Constitucional. São Paulo: Ícone, 2012.
MOREIRA, Eduardo Ribeiro (org.). Argumentação e Estado Constitucional. São Paulo: Ícone, 2012.
PINTO, Paulo Roberto Margutti (org.). Filosofia analítica, pragmatismo e ciência. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
PUGLIESI, Márcio. Teoria do direito. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
PUGLIESI, Márcio. A questão da justiça como fundamento da argumentação. In: MOREIRA, Eduardo Ribeiro (org.). Argumentação e Estado Constitucional. São Paulo: Ícone, 2012.
PUGLIESI, Márcio. Teoria geral do direito. 3. reimp. São Paulo: Aquariana, 2023.
PUGLIESI, Márcio. Social clothes: a proposal for a new approach to hermeneutics. London: Lambert, 2024.
PUGLIESI, Márcio. A situação como fundamento estratégico e hermenêutico da “realidade” jurídica: uma abordagem lúdico-epistemológica da decisão no direito. Revista Jurídica Unicuritiba, Curitiba, v. 4, n. 84, p. 397–409, 2025.
PUGLIESI, Márcio; GUNDIM, Wagner; GAMBA, João. Introdução ao estudo do direito. Rio de Janeiro: Almedina, 2025.
RICOEUR, Paul. Interpretação e ideologias. Tradução de Hilton Japiassu. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990.
RORTY, Richard. Verdade e progresso. Tradução de Denise R. Sales. Revisão técnica de Marco Casanova. Barueri: Manole, 2005.
RUSSELL, Bertrand; WHITEHEAD, Alfred North. Principia mathematica. Ann Arbor: University of Michigan, 2005.
SEARLE, John R. Os actos de fala: um ensaio de filosofia da linguagem. Tradução de Carlos Vogt et al. Coimbra: Almedina, 1981.
SEARLE, John R. Mente, linguagem e sociedade: filosofia no mundo real. Tradução de F. Rangel. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.
SKYRMS, Brian. Escolha e acaso: uma introdução à lógica indutiva. Tradução de Leonidas Hegenberg; Octanny Silveira da Mota. São Paulo: Cultrix; EDUSP, 1971.
VIEHWEG, Theodor. Tópica e jurisprudência. Brasília: Ministério da Justiça; UnB, 1979.
WHITE, Stephen K. Razão, justiça, modernidade: a obra recente de Jürgen Habermas. Tradução de Márcio Pugliesi. São Paulo: Ícone, 1995.
DOI: http://dx.doi.org/10.26668/revistajur.2316-753X.v4i84.8175
Refbacks
- Im Moment gibt es keine Refbacks
Revista Jurídica e-ISSN: 2316-753X
Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181
