INCLUSÃO FINANCEIRA EM TEMPOS DE FINTECH
Resumo
OBJETIVOS DO TRABALHO
O trabalho desenvolvido pela autora tem por objetivo analisar o surgimento das fintechs, suas características e quais os principais benefícios da introdução no mercado nacional de produtos e serviços de tecnologia financeira – inovadores frente ao sistema bancário tradicional.
O resultado alcançado se traduz em um cenário onde é possível verificar implicações significativas na vida econômica e social por intermédio do uso de inovações tecnológicas a serviços bancários, com destaque para a desburocratização dos serviços do setor e impulsionamento da inclusão financeira.
METODOLOGIA UTILIZADA
Com relação à metodologia científica adotada, o método aplicado à investigação foi o dedutivo, com abordagem qualitativa. A pesquisa se desenvolve por meio da revisão bibliográfica de obras consultadas e fontes eletrônicas governamentais, de onde se extraem dados e informações sobre o tema.
REVISÃO DE LITERATURA
O mundo digital está em constante evolução, e com o setor financeiro não poderia ser diferente. A inovação nos serviços e produtos financeiros trouxe consigo o crescimento do fenômeno fintech no Brasil.
O termo inglês “FinTech” é o resultado da abreviação das palavras financial technology, ou seja, tecnologia financeira em português. As fintechs são empresas – na maioria das vezes startups – “que introduzem inovações nos mercados financeiros por meio do uso intenso de tecnologia, com potencial para criar novos modelos de negócios. Atuam por meio de plataformas online e oferecem serviços digitais inovadores relacionados ao setor”. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2021).
No Brasil, as fintechs estão regulamentadas desde abril de 2018 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) – Resoluções 4.656 e 4.657.
Estudos do Banco de Compensações Internacionais apontam que o Brasil é o maior mercado de fintechs em termos de investimento, volume de financiamento alternativo e número de negócios da América Latina, o que torna o mercado nacional um país único para as fintechs, principalmente para aquelas que oferecem serviços como pagamento, crédito e financiamento coletivo.
O crescimento das empresas de tecnologia inovadoras na área financeira na região foi impulsionado principalmente pelo grande número de desbancarizados e pela subutilização de serviços financeiros tradicionais. De acordo com referido estudo, em 2019 mais da metade dos latino-americanos não tinha acesso a nenhum tipo de serviço financeiro (BIS, 2020).
Como fatores que motivaram o crescimento das fintechs no país, citam-se em caráter exemplificativo, mas não exaustivo: facilitação dos processos morosos e burocráticos; alta concentração bancária (em que poucas instituições possuem grande representatividade no mercado); oferta de crédito para pequenas e médias empresas; análise de crédito mais moderna, e boas reduções de custos das operações (BRUNO, 2020, p. 1-23).
Neste momento, nota-se que a rapidez das transformações torna as fintechs empresas alternativas aos bancos, sendo uma necessidade no mercado corporativo (MARACY, 2017. p. 66-69).
Mas, dentre as principais características das fintechs, está o potencial dessas
empresas para a promoção da inclusão financeira, através de inovações tecnológicas e do uso de tecnologias móveis – notadamente via celular.
É importante observar que muitas vezes o indivíduo pode ter acesso a uma conta corrente mais simples, mas não tem linhas de crédito disponíveis. Isso se dá tanto pelo fato de ele não movimentar sua conta efetivamente, por restrições, como por diversos outros motivos. Ou seja, é um indivíduo bancarizado, porém não é incluído financeiramente (BRUNO, 2020, p. 69).
A inclusão financeira acontece, de fato, quando as pessoas passam a usar a instituição financeira e, consequentemente, os serviços por ela ofertados, a favor de sua qualidade de vida. E daí a importancia da bancarização no contexto social, cujo propósito é inserir pessoas de classes sociais menos favorecidas no sistema financeiro. “São indivíduos que não têm as mesmas oportunidades dentro da sociedade, excluídos por condições socioeconômicas e que, na maioria das vezes, trabalham na informalidade” (BRUNO, 2020, p. 70).
Desde que estão em operação, as fintechs já mostram a possibilidade de redução de custos para os clientes associada ao aumento da competição, redução da assimetria de informação, atendimento aos que se encontram distantes de uma instituição financeira, além do entendimento a nichos não atendidos pelo mercado.
Fazer parte do sistema financeiro significa, para muitas pessoas, a inclusão em um mundo totalmente novo, com facilidades e conveniências que fortalecem, inclusive, a autoestima como cidadão. Ser usuário de produtos ou serviços financeiros, ainda que básicos, eleva o grau de inclusão social das pessoas e as insere como membros ativos da sociedade (BRUNO, 2020, p. 71).
Neste contexto, as fintechs são consideradas forças disruptivas com potencial para mitigar as diversas barreiras à inclusão financeira.
RESULTADOS OBTIDOS OU ESPERADOS
A partir da análise dos dados coletados e bibliografia consultada, concorda-se que as fintechs, enquanto alternativas às instituições bancárias consolidadas, são empresas disruptivas.
O fenômeno das fintechs, indo mais além do que o mercado oferece e atribuindo a competividade necessária, trouxe consigo, principalmente, a possibilidade de concessão de microcrédito para pequenos empreendedores ou pessoas físicas que não têm acesso aos bancos, aspecto fundamental para o desenvolvimento da economia brasileira e para a inclusão social.
Especificamente no caso do Brasil as expectativas são promissoras. Os autores consultados apontam a tendência de reversão da exclusão financeira e a crescente inserção das pessoas de classes sociais menos favorecidas no sistema financeiro, contribuindo, sobremaneira, com a qualidade de vida e cidadania.
TÓPICOS CONCLUSIVOS
A partir da análise realizada, especifica-se algumas respostas às questões que foram trazidas como, por exemplo que, com as fintechs, o fator limitante de inclusão (ser cliente de um banco) praticamente desapareceu.
Ao propiciar a inclusão social e ofertar serviços financeiros simplificados, as fintechs inserem os cidadãos como membros ativos da sociedade, com implicação na melhoria da qualidade de vida.
Nesse contexto, destaca-se a importância da adoção de uma nova visão sobre a bancarização, que deve ter por princípio a inclusão social, reforçando o entendimento de que a transformação que está sendo imposta ao setor financeiro pela tecnologia – com o crescimento das fintechs – configura uma oportunidade significativa para elaboração e execução de políticas públicas que prezem pela inclusão financeira.
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PDFReferências
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Fintechs. Disponível em: . Acesso em 27 set. 2021.
BIS Papers nº 112. The dawn of fintech in Latin America: landscape, prospects and challenges. Disponível em: . Acesso em 27 set. 2021.
DINIZ, Bruno. O Fenômeno Fintech. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020. p. 19.
MARACY, Heinar. Fintechs começam a focar o B2B. HSM management: A era
exponencial. n. 120, 2017. p. 66-69.
DOI: http://dx.doi.org/10.21902/RevPercurso.2316-7521.v3i41.5532
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PERCURSO, e-ISSN: 2316-7521
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