EMPRESAS, DIREITO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE E AS POLÍTICAS CLIMÁTICAS GLOBAIS
Resumo
Este artigo analisa o papel das empresas frente às mudanças climáticas dentro da ordem econômica capitalista globalizada, à luz do Direito Internacional do Meio Ambiente (DIMA). O objetivo principal é discutir como as empresas contribuem, ou não, para a mitigação das mudanças climáticas. Como objetivos específicos, abordam-se: a dinâmica da economia-mundo e a crise ecológica; a função socioambiental das empresas e o uso de estratégias sustentáveis como ODS e ESG; a formação histórica do DIMA e os desafios normativos na atuação empresarial em âmbito global. A pesquisa utiliza abordagem dedutiva, com técnicas de revisão bibliográfica e documental. O problema central reside na ausência de sujeição jurídica das empresas às normas internacionais ambientais, apesar de seu protagonismo nos processos produtivos poluentes. A contribuição do estudo está na crítica à participação empresarial em negociações climáticas sem obrigações jurídicas vinculantes, evidenciando o paradoxo de sua influência frente à falta de responsabilização. Conclui-se que é imprescindível redefinir a relação entre Estado, mercado e meio ambiente para que os compromissos climáticos sejam efetivos.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
ACOSTA, A. (2017). Extrativismo e neo-extrativismo. Duas faces da mesma maldição. In: Dilger, Gerhard; Lang; Miriam; Pereira, Jorge (Org.). Descolonizar o imaginário. Debates sobre pós-extrativismo e alternativas ao desenvolvimento. São Paulo: Elefante Editora.
ALLAN, J. I. et al. Making the Paris Agreement: Historical Processes and the Drivers of Institutional Design. Political Studies, v. 71, n. 3, p. 003232172110492, 6 out. 2021.
ATCHABAHIAN, Ana Cláudia Ruy Cardia. ESG Teoria e prática para a verdadeira sustentabilidade nos negócios. São Paulo: SaraivaJur, 2024. Disponível em: https://app.minhabiblioteca.com.br/books/9788553620500. Acesso em: 04 set. 2024.
Bashir, M.F. Discovering the evolution of Pollution Haven Hypothesis: A literature review and future research agenda. Environ Sci Pollut Res 29, 48210–48232 (2022). https://doi.org/10.1007/s11356-022-20782-1.
BENJAMIN, A. Stern: Climate change a “market failure”. Disponível em: .
BODANSKY, D.; BRUNNÉE, J.; RAJAMANI, L. International climate change law. Oxford ; New York: Oxford University Press, 2017.
Elkington, J. Towards the Sustainable Corporation: Win-Win-Win Business Strategies for Sustainable Development. California Management Review, 36, p. 90-100, 1994.
FRY, I. Statement by Mr. Ian Fry SPECIAL RAPPORTEUR ON THE PROMOTION AND PROTECTION OF HUMAN RIGHTS IN THE CONTEXT OF CLIMATE CHANGE, 77th session of the General Assembly, Third Committee, Item 68 (a-d): Promotion and protection of human rights, 21 October 2022, New York.
HILDEBRANDO ACCIOLY et al. Manual de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2012.
IGLESIAS-MÁRQUEZ, D. Cambio climático y responsabilidad empresarial: análisis del papel de las empresas para alcanzar los objetivos del Acuerdo de París. Anuario Español de Derecho Internacional, v. 36, p. 327–366, 17 abr. 2020.
Inside job: Big Polluters’ lobbyists on the inside at the UNFCCC - Corporate Accountability. Disponível em: . Acesso em: 1 out. 2024.
JÚNIOR, Suhel Sarhan. Curso de Direito Empresarial. Rio de Janeiro: Editora Processo, 2017. Disponível: http://vlex.com.br/source/curso-de-direito-empresarial-36739. Acesso em: 12 set. 2024.
MARQUES, L. Capitalismo e colapso ambiental - Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2015.
MARTINS, Regina Célia Carvalho de; ROSSIGNOLI, Marisa. Desenvolvimento econômico sustentável e as externalidades ambientais. Direito e Desenvolvimento, João Pessoa, v. 9, n. 2, p. 137-154, ago./dez., 2018. Disponível em: file:///C:/Users/ppgdu/Downloads/DESENVOLVIMENTO%20ECON%C3%94MICO%20SUSTENT%C3%81VEL%20E%20AS.pdf. Acesso em: 11 set. 2024.
NATIONS, U. Reports of International Arbitral Awards. United Nations Publications, 2006.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Colección Sur Sur. Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina: CLACSO, 2005, p. 117-142.
READ, J. E. The Trail Smelter Dispute. Canadian Yearbook of international Law/Annuaire canadien de droit international, v. 1, p. 213–229, 1963.
RINALDI, A. L.; MARTUSCELLI, P. N. The BRICS on climate change global governance. Meridiano 47 - Journal of Global Studies, v. 17, 30 dez. 2016.
SARLET, Ingo Wolfgang; FENSTERSEIFER, Tiago. Curso de direito ambiental. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2023.
SHIVA, V. Earth Democracy. [s.l.] North Atlantic Books, 2005.
SOUZA, José Fernando Vidal de. Uma abordagem crítica sobre o greenwashing na atualidade. Revista de Direito Ambiental e Socioambientalismo, Maranhão, v. 3, n. 2, p. 148-172, jul./dez., 2017. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/210566795.pdf. Acesso em: 13 set. 2024.
VINHA, Valéria da. As empresas e o desenvolvimento sustentável: a trajetória da construção de uma convenção. In: MAY, Peter H. (org.). Economia do Meio Ambiente: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 181-204. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1261591/mod_resource/content/0/LIVRO___Economia%20do%20Meio%20Ambiente.pdf. Acesso: 11 set. 2024.
WALLERSTEIN, I. M. The Modern world-system. 1: Capitalist Agriculture and the Origins of the European world-economy in the Sixteenth Century. Berkeley, Calif. ; London: University of California Press, 2011.
DOI: http://dx.doi.org/10.21902/RevPercurso.2316-7521.v2i50.7829
Apontamentos
- Não há apontamentos.
PERCURSO, e-ISSN: 2316-7521
Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181