A GERAÇÃO MILLENIAL, O EFEITO GRETA E A DEFESA DO CLIMA
Abstract
RESUMO
O artigo parte do questionamento sobre as consequências da saída do Acordo de Paris recentemente noticiada pela imprensa nacional. Como a Europa trata da questão ambiental? Quem são os millenials e de que se tratam as Sextafeiras pelo futuro? - Sendo certo que devemos nos preocupar em proteger o meio ambiente para as gerações futuras, conforme preconizado em nosso ordenamento pátrio, também é certo que surge entre a juventude a chamada geração millenials, que não espera por nossas iniciativas. Por todo o planeta, este movimento que se declara apartidário tem uma única reivindicação: pede aos governos que cumpram com o que se comprometeram no Acordo de Paris. Este pacto, que data de 2015 e começará a ser efetivo a partir de 2020, tem metas — que o irreversível aumento da temperatura permaneça dentro de limites controláveis, entre 1,5 e 2 graus — e define como alcançá-las — por meio da eliminação de gases de efeito estufa da economia mundial. Na ausência de sanções ou outros instrumentos que obriguem os países a cumprirem o acordo, a pressão social é essencial para pressionar os Governos a reduzirem as emissões com intensidade suficiente. Estão sozinhos desde já lutando pela proteção ambiental. Pela coincidência dos anos em que nasceram, os millenials são obrigados a lidar com condições muito duras de vida. A crise financeira global os atingiu em cheio, dificultou sua entrada no mercado de trabalho e os fez sofrer reveses nas principais conquistas da vida. Em primeiro lugar, a enorme massa que simplesmente se uniu, impulsionada pela profunda seriedade e determinação da jovem sueca Greta Thunberg, que em meados do ano passado decidiu se sentar em frente ao prédio do Parlamento em Estocolmo em vez de ir à escola. É claro que o apelo de algo proibido desempenha um papel, assim como a perspectiva de algumas horas empolgantes fora dos muros da escola. Mas reduzir o movimento Fridays for Future a isso seria algo bastante arrogante. Luisa Neubauer foi uma das iniciadoras das "sextas-feiras para o futuro" na Alemanha. A mídia considera a estudante de geografia de 22 anos como a Greta Thunberg alemã. Neubauer conheceu Thunberg na conferência sobre o clima em Katowice. "Eu pensei: temos que mudar muita coisa e rapidamente fazer muito alarde", afirmou Neubauer em entrevista. "Nossos protestos geram uma pressão pública, que chama todos os tomadores de decisão à responsabilidade e aumenta a necessidade de agir." Portanto, nos partidos, organizações e associações que têm atuado na luta contra as mudanças climáticas a irrupção do movimento estudantil é festejada como um fator de pressão nos governantes. O movimento que nasceu na Europa, já ganha espaço em nosso território. Um grande sinal vermelho se acendeu quando os EUA deixaram o acordo e o atual presidente eleito anunciou que pretendia deixar o pacto por entender que sua internalização atacaria a soberania nacional ao dificultar o empreendedorismo. A atividade empresaria deve considerar a defesa do meio ambiente sob pena de ser responsabilizada pelos danos causados. O pesquisador de protestos Sebastian Koos, de Konstanz, também acredita que as "Sextas-Feiras para o Futuro" tem o potencial de se tornar um movimento de longo prazo. Ele estava se referindo ao "efeito Greta": segundo Koos, os jovens viram que podem provocar mudanças. Por conclusão, a geração do futuro luta para ter futuro e não espera acontecer e o faz com pressa e propriedade. Só por isso merece ao menos ser ouvida.
PALAVRAS-CHAVE: Meio Ambiente; Geração Millenial; Friday For Future.
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PDF (Português (Brasil))DOI: http://dx.doi.org/10.21902/RevPercurso.2316-7521.v3i30.3631
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PERCURSO, e-ISSN: 2316-7521
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