O CAPITALISMO DE VIGILÂNCIA

RAFAEL VELLOSO STANKEVECZ

Resumo


Objetivo: Buscou-se demonstrar as novas fronteiras do capitalismo, através das práticas impostas pelo que se chamou “capitalismo de vigilância”, e seus impactos na humanidade do século XXI. As consequências impostas pelas novas práticas capitalistas são tão marcantes para a humanidade, que podem ser comparadas àquelas impostas pelo capitalismo industrial do século XX. Empresas passaram a dominar os dados das pessoas compartilhados na rede mundial de computadores, comprometendo a ideia de democracia digital. E tudo isso num contexto cultural, adotado pela humanidade do século XXI, de consumismo exagerado, algo que também passou a ser chamado de “sociedade de hiperconsumo”. Portanto, o presente trabalho procurará debater em que medida as pessoas e os consumidores em geral têm, de fato, domínio das suas ações na economia, em face da noção de democracia digital e econômica.

 

Metodologia: Identificou-se que o método aplicado à investigação na pesquisa realizada foi o dedutivo, com abordagem qualitativa e a pesquisa se desenvolveu por meio de bibliografias específicas sobre o assunto. Partindo de algumas premissas estruturadas de maneira lógica e racional, chegou-se a sua conclusão e contribuição, qual seja, demonstrar as práticas do capitalismo de vigilância e debater sobre a sua repercussão na humanidade, com enfoque nas relações de consumo e de economia.

 

Resultados: A partir da análise dos argumentos deste resumo, espera-se demonstrar que as novas práticas impostas pelo capitalismo de vigilância estão colocando em risco a democracia digital e econômica. Os produtores trabalham de forma a estabelecer preços e, inclusive, controlar a procura dos consumidores, valendo-se para tanto de monopólios, oligopólios, design, propaganda, promoções de venda e outras estratégias de comercialização. Estabeleceu-se a sociedade de hiperconsumo, na qual as pessoas buscam a satisfação dos seus desejos e felicidade através do consumo. E isso tudo dentro de uma condição paradoxal, ou seja, quanto mais soberano, informado e livre é o consumidor, mais seus desejos se tornam dependentes do sistema comercial.

Demanda-se, portanto, uma forma de garantir a democracia econômica. O que parece ser uma evolução natural dentro de uma economia social em amadurecimento, em que a publicidade tende a diminuir sua importância, com a ascensão dos bens comuns colaborativos.

 

Contribuições: Enfim, conclui-se com uma reflexão de Aldous Huxley (2013), em sua obra “Um Mundo Feliz”, aplicável na relação do consumidor com o poder de decidir sobre o objeto do seu consumo:

 

“A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão” (HUXLEY, 2013).


Palavras-chave


Capitalismo; Vigilância; Democracia Digital; ciberconsumo.

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Referências


HUXLEY, Aldous. Un Mundo Feliz. Ciudade de México: Debolsillo, 2013.

LIPOVETSKY, Gilles. A Felicidade Paradoxal: Ensaio Sobre a Sociedade do Hiperconsumo. São Paulo, Companhia das Letras, 2007.

ZUBOFF, Shoshana. A Era do Capitalismo de Vigilância: a luta por um futuro humano na nova fronteira do poder. Tradução George Schlesinger. 1ª.ed., Rio de Janeiro: Intrínseca, 2020.




DOI: http://dx.doi.org/10.21902/RevPercurso.2316-7521.v3i41.5540

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