O CONSUMO QUE NOS CONSOME: A TRANSFORMAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO EM MERCADORIA

Ronaldo BUSNELLO, Jeano Saraiva CORRÊA

Resumo


Objetivo: O artigo tem por objetivo analisar a sociedade contemporânea baseada na cultura do consumismo, de como essa onda de consumo de artigos supérfluos e inúteis a melhorias da qualidade de vida do homem dão o falso sentido de consciência, consequentemente, aqueles que não podem consumir as mercadorias são compelidos a vender sua força de trabalho no mercado como mera mercadoria. E isso, torna-se, a desrealização, a afirmação do trabalhador se torna a a própria negação de si, como ser social, o trabalhador não age mais como ser humano, mas como força de trabalho, mercadoria, subordinado à vontade do capital em troca de salário.

Metodologia: Parte-se das análises econômicas de Karl Marx como referencial teórico numa analise dialética que penetra no mundo da mercadoria e de sua significação utilizando como alicerce metodológico, o materialismo histórico, método cientifico para investigação dos processos de desenvolvimento humano.

Resultados: Num primeiro momento foram abordados os problemas advindos do caráter fetichista da mercadoria como forma de objetividade, no outro, a condição do trabalhador que vende sua força de trabalho transformando-a em mercadoria, traço marcante da sociedade capitalista que mais nos aproxima da transformação de pessoas em mercadorias.

Contribuição: A produção de mercadoria seria a base econômica da comunidade, desenvolvimento de qualquer sociedade na lógica capital. Com isso, nos faz refletir, o trabalhador vai perdendo seu sentido e o mundo da mercadoria toma conta do cenário na qual se aumenta o consumo supérfluo a cada dia sem saber quem está por traz da produção desses bens que é o trabalhador o motor racional desse processo. Portanto, a força de trabalho assume no próprio trabalhador a forma de mercadoria, razão pela qual o seu trabalho assume a forma de trabalho assalariado e que se aliena no processo de produção capital.

Palavras-chave: Mercadoria; Trabalho; Consumo; sociedade.


ABSTRACTObjective:The article aims to analyze contemporary society based on the culture of consumerism, of how this wave of consumption of superfluous and useless articles to improvements in the quality of life of man gives the false sense of conscience, consequently, those who cannot consume the commodities are compelled to sell their labor power on the market as mere commodity.Methodology: It starts from Karl Marx's economic analysis as a theoretical reference under the dialectical analysis that penetrates the world of merchandise and its (re) meaning using as a methodological foundation, the historical materialism scientific method for the investigation of human development processes.Results: In the first moment, the problems arising from the fetishistic character of the merchandise as a form of objectivity will be addressed, in the other, the condition of the worker who sells his workforce, transforming it into merchandise, a striking feature of the capitalist society that brings us closer to the transformation of people. in goods.Contributions: The production of merchandise would be the economic base of the community, the development of any society in the capital logic, and this makes us rethink, that the worker as a social being loses its meaning and the world of merchandise takes over the scenario, we increase consumption superfluous every day without knowing who is behind the production of goods that is the worker, the rational motor of this process, therefore, the work force takes the form of merchandise in the worker himself, which is why his work takes the form of wage labor and alienate the capital production process.Keywords: Merchandise; Job; Consumption; society 

Palavras-chave


Mercadoria; Trabalho; Consumo; sociedade

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DOI: http://dx.doi.org/10.26668/revistajur.2316-753X.v4i66.2269

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