O MEIO AMBIENTE COMO FUNDAMENTO DA REPÚBLICA
Resumo
Objetivo: O meio ambiente é bem dignamente autônomo, todavia, a reflexão constitucional não delimita fundamentos positivos para a vivacidade ambiental plena, sobretudo porque lhe falta o posicionamento de estruturante como fundamento constitucional republicano. Desse modo o objetivo é fortalecer e propor a principiologia racional para a compreensão e preservação de um meio ambiente equilibrado e sustentável.
Metodologia: A pesquisa cuja abordagem metodológica é livre exploratória em torno da temática leva em consideração a reconstrução pós-moderna para o republicanismo ambiental.
Resultados: Conclui-se pela veemente e necessária positivação do meio ambiente republicano, dentre os fundamentos da República enumerados na Constituição brasileira para que se venha a dissipar a vulnerabilidade e inconstância do meio ambiente da gestão pública perante a Constituição republicana do Brasil.
Contribuições: Apresenta a proposta do meio ambiente como fundamento republicano, nas perspectivas da paz ambiental, da dignidade biocêntrica e da responsividade ambiental; fomenta a discussão positiva na Constituição brasileira e seus aspectos teóricos para uma sustentabilidade equilibrada.
Palavras-chave: Constituição brasileira; Direito Constitucional; Fundamentos da República; Meio Ambiente Sustentável.
ABSTRACT
Objective: The environment is quite dignified autonomous, however, the constitutional reflection does not delimit positive grounds for full environmental liveliness, mainly because it lacks the position of structuring as a republican constitutional foundation. Thus, the objective is to strengthen and propose the rational principle for understanding and preserving a balanced and sustainable environment.
Methodology: This paper, which methodological approach is free and exploratory around the theme, takes into account the postmodern reconstruction for environmental republicanismo.
Results: It concludes that is vehement and necessary the positivization of the republican environment among the fundamentals of the Republic listed in the Brazilian Constitution in order to dissipate the vulnerability and inconstancy of the environment in the Republican Constitution of Brazil.
Contributions: It presents the proposal of the environment as a republican foundation, from the perspective of environmental peace, biocentric dignity and environmental responsiveness; fosters positive discussion in the Brazilian Constitution and its theoretical aspects for balanced sustainability.
Keywords: Brazilian Constitution; Constitutional Law; Fundamentals of the Republic; Sustainable Environment.
Palavras-chave
Texto completo:
PDFReferências
ACSELRAD, Henri, MELLO, Cecília Campelo do A., BEZERRA, Gustavo das Neves. O que é justiça ambiental. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.
ARÁUJO, Fernando A tragédia dos baldios e dos anti-baldios – o problema econômico do nível óptimo de apropriação.
Coimbra: Almedina, 2008.
AVRITZER, Leonardo. O novo constitucionalismo latino-americano: uma abordagem política. In: AVRITZER, Leonardo (org) et. al. O constitucionalismo democrático latino-americano em debate: soberania, separação de poderes e sistema de direitos. Belo Horizonte: Autêntica, 2017. pp.19-42.
AYALA, Patrick de Araújo. A proteção jurídica das futuras gerações na sociedade do risco global: direito ao futuro na ordem constitucional brasileira. In: LEITE, José Rubens Morato; FERRERIA, Heline Sivini. Estado de direito ambiental: tendências. Aspectos constitucionais e diagnósticos. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2004, p. 245-246.
BARNES, Peter. Capitalism 3.0: a guide to reclaiming the commons. San Francisco: Berrett-Koehler Publishers, 2006.
BECK, Ulrich. Sociedade de risco: um rumo a uma outra modernidade. Tradução Sebastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2013.
BENJAMIN, Antônio Herman V. (Coord.). Dano ambiental: prevenção, reparação e repressão. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1993.
BOSSELMANN, Klaus. O princípio da sustentabilidade: transformando direito e governança. Trad. Phillip Gil França. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI 3.540 MC, rel. min. Celso de Mello, j. 1º-9-2005, p, DJ de 3-2-2005. Disponível em: http://www.stf.jus.br/portal/
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. O princípio da sustentabilidade como Princípio estruturante do Direito Constitucional. Tékhne, Barcelos, n.13, p.07-18, jun. 2010, p.7-8. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-99112010000100002&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 17 abr. 2020.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens Morato (Orgs). Direito constitucional ambiental Brasileiro. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
CARDUCCI, Michele; CASTILLO AMAYA, Lidia Patricia. Nuevo constitucionalismo de la biodiversidad vs. neoconstitucionalismo del riesgo. Seqüência: Estudos Jurídicos e Políticos, Florianópolis, v. 37, n. 73, p. 255-283, ago. 2016, p. 225. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/sequencia/article/view/2177-7055.2016v37n73p255/32234 . Acesso em: 01 out. 2020.
CHEVALLIER, Jacques. O Estado Pós-Moderno. Trad. Marçal Justen Filho. Belo Horizonte: Fórum, 2009. (Coleção Fórum Brasil-França de Direito Público; 1)
DELMAS-MARTY, Mireille. Por um direito comum. Trad. Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2004. (Justiça e direito).
FRANCISCO, Papa. Carta encíclica Laudato Si’ do Santo Padre Francisco sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Loyola, 2015.
FREITAS, Ana Carla Pinheiro. Dano moral ambiental objetivo: uma discussão necessária. Revista do CAAP, Belo Horizonte, v. XVIII, n.1, p. 11-23, 2012, p. 16. Disponível em: http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/349-685-1-sm.pdf Acesso em: 30 out. 2016.
FREITAS, Juarez. Sustentabilidade: direito ao futuro. 2. ed. Belo Horizonte: Forum, 2012, p.117.
GASDA, Élio Estanislau. Economia e bem comum: o cristianismo e uma ética da empresa no capitalismo. São Paulo: Paulus, 2016. Coleção Ethos.
GOMES, Carla Amado. Sustentabilidade ambiental: missão impossível? Artigo apresentado em Palestra proferida no I Congresso de Direito Ambiental e desenvolvimento sustentável, Palmas, 2014, p.1. Disponível em: http://www.icjp.pt/sites/default/files/papers/palmas-sustentabilidade.pdf Acesso em: 28 out. 2016.
HERRERO, Francisco Javier. Desafios éticos do mundo contemporâneo. Síntese – Revista de Filosofia. Belo Horizonte, v. 26, n.84. 1999. p.5-11.
HOLANDA, Marcus Mauricius. Análise constitucional do acesso ao trabalho digno, como instrumento do desenvolvimento econômico e social. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016, p. 67.
JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Trad. Marijane Lisboa, Luiz Barros Montez. Rio de Janeiro: Contraponto: Ed. PUC-Rio, 2006.
LE MONDE. Catastrophe écologique au Brésil à la suite de la coulée de boue toxique. Disponível em: En savoir plus sur http://www.lemonde.fr/planete/article/2015/11/17/catastrophe-ecologique-au-bresil-apres-la-coulee-de-boue-toxique_4811803_3244.html#80wgBGopEmsxjqIO.99 Acesso em: 25 ago. 2020.
LEITE, José Rubens Morato. Sociedade de risco e Estado. In: CANOTILHO, José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens Morato (Orgs). Direito constitucional ambiental Brasileiro. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
LUÑO, Antonio Enrique Perez. Perspectivas e tendências atuais do Estado constitucional. Tradução José Luis Bolzan de Morais e Valéria Ribas do Nascimento. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 20.ed. Rio de Janeiro: Bertrand-Brasil, 2012.
PADILHA, Norma Sueli. Fundamentos constitucionais do direito ambiental brasileiro. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
PAULO BONAVIDES. A quinta geração de direitos fundamentais. Revista Brasileira de Direitos Fundamentais & Justiça. Porto Alegre: PPGD/PUCRS, v.2, nº3 – abr/jun.2008. pp.82-93.
RIDOUX, Nicolas, Menos es más: introducción a la filosofía del decrecimiento. Tradução de Joana Mercader. Barcelona: Los libros del lince, 2009.
SAMPAIO, José Adércio Leite; RESZENDE, Elcio Nacur. A dimensão socioambiental do Estado de Direito. Veredas do Direito, Belo Horizonte, v. 17, n. 38, p. 373-289, maio/agosto. 2020. Disponível em: http://revista.domhelder.edu.br/index.php/veredas/article/view/1875 Acesso em: 07 outubro de 2020.
SILVA, José Afonso da. A dignidade da pessoa humana como valor supremo da democracia. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, n. 212, p. 88-94, abr./jul.1998.
DOI: http://dx.doi.org/10.26668/revistajur.2316-753X.v2i69.4869
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Revista Jurídica e-ISSN: 2316-753X
Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181