O CONTROLE DIFUSO DE CONVENCIONALIDADE PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: FUNDAMENTOS E DIRETRIZES PARA SUA REALIZAÇÃO

Tiago Fuchs Marino, Luciani Coimbra de Carvalho

Resumen


O presente artigo tem por objetivo geral analisar a possibilidade de realização do controle difuso de convencionalidade pela Administração Pública. Por conseguinte, a problemática enfrentada refere-se à necessidade de se averiguar se e como a atividade administrativa pode contribuir com o cumprimento das obrigações internacionais em direitos humanos. São objetivos específicos: apresentar as noções gerais sobre o referido controle a partir da jurisprudência interamericana, identificar os fundamentos para a modalidade administrativa e examinar as diretrizes para sua aplicação. A pesquisa adota o método dedutivo e é realizada mediante revisão bibliográfica, de forma descritiva e exploratória. Ao final, conclui-se que o exercício do controle de convencionalidade é um dever de todos os agentes públicos, que possui respaldo na natureza unitária da responsabilidade internacional do Estado e no princípio da juridicidade.

Palabras clave


Direito Internacional dos Direitos Humanos; Direito Administrativo; Sistema Interamericano de Direitos Humanos; Corte Interamericana de Direitos Humanos; Controle de convencionalidade

Texto completo:

PDF (Português (Brasil))

Referencias


ALIANAK, Raquel Cynthia. El renovado Derecho Administrativo, a la luz del control de convencionalidad. Revista de Direito Administrativo e Constitucional, Belo Horizonte, Ano 15. n. 59, p. 29-46, jan./mar. 2015.

BARROSO, Luís Roberto. Judicialização, ativismo judicial e legitimidade democrática. (Syn)Thesis, Rio de Janeiro, v. 5, n. 1, p. 23-32, 2012.

BAZÁN, Victor. Control de convencionalidad, tribunales internos y protección de los derechos fundamentales. Revista Direitos Humanos Fundamentais, Osasco, Ano 14, n. 1, p. 13-61, jan./jun. 2014.

BAZÁN, Victor. El control de convencionalidad como instrumento para proteger derechos esenciales y prevenir la responsabilidad internacional del Estado. Anuario Iberoamericano de Justicia Constitucional, Madrid, n. 19, p. 25-70, 2015.

BINENBOJM, Gustavo. A advocacia pública e o Estado Democrático de Direito. Revista Brasileira de Direito Público, Belo Horizonte, a. 8, n. 31, out./dez. 2010.

BINENBOJM, Gustavo. Uma teoria do direito administrativo: direitos fundamentais, democracia e constitucionalização. 3. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2014.

BITENCOURT NETO, Eurico. Transformações do Estado e a Administração Pública no século XXI. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, v. 4, n. 1, p. 207-225, jan./abr. 2017.

CONCI, Luiz Guilherme Arcaro. O controle de convencionalidade como parte de um constitucionalismo transnacional fundado na pessoa humana. Revista de Processo, v. 232, p. 363, jun. 2014.

CORTE IDH. Caso Almonacid Arellano e outros v. Chile. Sentença de 26 de setembro de 2006 (exceções preliminares, mérito, reparações e custas).

CORTE IDH. Caso Barbani Duarte e outros v. Uruguai. Sentença de 13 de outubro de 2011 (mérito, reparações e custas).

CORTE IDH. Caso Gelman v. Uruguai. Sentença de 24 de fevereiro de 2011 (mérito e reparações).

CORTE IDH. Caso López Álvarez v. Honduras. Sentença de 1° de fevereiro de 2006 (mérito, reparações e custas).

CORTE IDH. Caso Myrna Mack Chang v. Guatemala. Sentença de 25 de novembro de 2003 (mérito, reparações e custas).

CORTE IDH. Caso Olmedo Bustos e outros v. Chile (“A Última Tentação de Cristo”). Sentença de 5 de fevereiro de 2001 (mérito, reparações e custas).

CORTE IDH. Caso Tibi v. Equador. Sentença de 7 de setembro de 2004 (exceções preliminares, mérito, reparações e custas).

CORTE IDH. Caso Vargas Areco v. Paraguai. Sentença de 26 de setembro de 2006 (mérito, reparações e custas).

CORTE IDH. Opinião Consultiva OC 01/1982. “Outros tratados” objeto da função consultiva da Corte (Art. 64 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos). 24 de setembro de 1982.

CORTE IDH. Opinião Consultiva OC 05/1985. O registro profissional obrigatório de jornalistas. 13 de novembro de 1985.

CORTE IDH. Opinião Consultiva OC 14/1994. Responsabilidade internacional pela expedição e aplicação de leis violadoras da Convenção (artigos 1 e 2 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos). 9 de dezembro de 1994.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 33. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020.

GARCÍA RAMÍREZ, Sergio. El control judicial interno de convencionalidad. Revista del Instituto de Ciencias Jurídicas de Puebla, México, n. 28, p. 123-159, jul./dez. 2011.

GUSSOLI, Felipe Klein. Controle de convencionalidade de ofício pela Administração Pública no exercício de sua função típica. Revista Jurídica (FURB), Blumenau, v. 24, n. 53, e7853, p. 1-32, jan./abr. 2020.

GUSSOLI, Felipe Klein. Impactos dos tratados internacionais de direitos humanos no Direito Administrativo Brasileiro. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba, 2018.

HACHEM, Daniel Wunder. Tutela administrativa efetiva dos direitos fundamentais sociais: por uma implementação espontânea, integral e igualitária. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.

LONDOÑO LÁZARO, María Carmelina. El principio de legalidad y el control de convencionalidad de las leyes: confluencias y perspectivas en el pensamiento de la Corte Interamericana de Derechos Humanos. Boletín Mexicano de Derecho Comparado, a. XLIII, n. 128, p. 761-814, mai./ago. 2020.

MAC-GREGOR, Eduardo Ferrer. Interpretación conforme y control difuso de convencionalidad. El nuevo paradigma para el juez mexicano. Estudios Constitucionales, a. 9, n. 2, p. 531-622, 2011.

MEDAUAR, Odete. O direito administrativo em evolução. 3. ed. Brasília: Gazeta Jurídica, 2017.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 42. ed. São Paulo: Malheiros, 2016.

MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. A Advocacia de Estado revisitada: essencialidade ao Estado Democrático de Direito. In: GUEDES, Jefferson Carús. SOUZA, Luciane Moessa de (Coord.). A Advocacia de Estado: questões institucionais para a construção de um Estado de Justiça – estudos em homenagem a Diogo de Figueiredo Moreira Neto e José Antonio Dias Toffoli. Belo Horizonte: Fórum, 2009. p. 23-52.

MORONI ROMERO, Lucas Leonardo. El control administrativo de convencionalidad. Revista Jurisprudencia Argentina, Buenos Aires, IV, p. 1336-1341, out./dez. 2013.

NOGUEIRA ALCALÁ, Humberto. El control de convencionalidad y el diálogo interjurisdiccional entre tribunales nacionales y corte interamericana de derechos humanos. ReDCE, a. 10, n. 19, p. 221-270, jan./jun. 2013.

OTERO, Paulo. Legalidade e administração pública: o sentido da vinculação administrativa à juridicidade. Coimbra: Almedina, 2011.

QUEIROZ, Cristina. Direito internacional e relações internacionais. Coimbra Editora: Coimbra, 2009.

RAMOS, André de Carvalho. Responsabilidade internacional do Estado por violação de direitos humanos. Revista CEJ, Brasília, n. 29, p. 53-63, abr./jun. 2005.

SAGÜÉS, Néstor Pedro. Nuevas fronteras del control de convencionalidad: el reciclaje del derecho nacional y los controles legisferante y administrativo de convencionalidad. In: SAGÜÉS, Néstor Pedro. La Constitución bajo tensión. México: Instituto de Estudios Constitucionales del Estado de Querétaro, 2016. p. 401-415.

SAGÜÉS, Néstor Pedro. Obligaciones internacionales y control de convencionalidad. Estudios Constitucionales, a. 8, n. 1, p. 117-136, 2010.

WALKER, Neil. The Idea of Constitutional Pluralism. The Modern Law Review, Londres, v. 65, n. 3, p. 317-359, 2002.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/revistajur.2316-753X.v2i78.6717

Enlaces refback

  • No hay ningún enlace refback.




Revista Jurídica e-ISSN: 2316-753X

Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181

Licença Creative Commons

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.