QUEM TEM MEDO DE METODOLOGIAS ATIVAS? UMA PROPOSTA ANDRAGÓGICA DE MÉTODO PARTICIPATIVO PARA O ENSINO JURÍDICO COM FOCO NA RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA

Estevão Lima De Carvalho ROCHA, Heitor Nogueira da SILVA, Fayga Silveira BEDÊ

Resumo


RESUMO

Objetivo: Buscamos elaborar uma metodologia para o ensino jurídico participativo, em alinhamento com os preceitos da Andragogia, com foco na resolução de situações-problema, a fim de potencializar competências e habilidades humanas relevantes para o universo do Direito.

Metodologia: Por meio de pesquisa hipotético-indutiva, adotamos uma abordagem multidimensional, de natureza descritiva, explicativa, preditiva e propositiva, com base em pesquisa bibliográfica e em observação participante.

Resultados: No contexto das novas ferramentas de Inteligência Artificial (IA) generativa, o modelo de ensino jurídico expositivo se tornou ainda mais disfuncional, pois foca em habilidades e competências mecânicas já incorporadas pelas IAs, como armazenagem, memorização e reprodução de informações. Em resposta ao novo cenário, devemos investir, mais do que nunca, em diferenciais humanos, pautados em autoaprendizagem, autonomia do pensamento e inovação. Nesse sentido, o modelo participativo é a resposta mais adequada para a promoção das potencialidades humanas.

Contribuições: A metodologia proposta tem potencial para promover o ensino jurídico participativo, pois, em razão de sua relativa simplicidade e acessibilidade, pode funcionar como uma porta de entrada para professores de Direito que ainda permaneçam refratários a metodologias ativas de maior complexidade.

Palavras-chave: Ensino jurídico participativo; andragogia; metodologias ativas; solução de situações problema; competências e habilidades.

ABSTRACT

Objective: We seek to develop a methodology for participatory legal teaching, in alignment with the precepts of Andragogy, focusing on resolving problem situations, to enhance human skills and abilities relevant to the universe of Law.

Methodology: Through hypothetical-inductive research, we adopted a multidimensional approach: descriptive, explanatory, predictive and propositional in nature, based on bibliographical research and participatory observation.

Results: In the context of new generative Artificial Intelligence (AI) tools, the expository legal teaching model has become even more dysfunctional, as it focuses on mechanical skills and competencies already incorporated by AIs, such as storing, memorizing and reproducing information. In response to the new scenario, we must invest, more than ever, in human differences, based on self-learning, autonomy of thought and innovation. In this sense, the participatory model is the most appropriate response to promoting human potential.

Contributions: The proposed methodology has the potential to promote participatory legal education, as, due to its relative simplicity and accessibility, it can function as a gateway for Law teachers who remain refractory to more complex active methodologies.

Keywords: Participatory legal education; andragogy; active methodologies; resolving problem situations; skills and abilities.


Palavras-chave


Ensino jurídico participativo; andragogia; metodologias ativas; solução de situações problema; competências e habilidades.

Texto completo:

PDF

Referências


ABELA, J. Adult learning theories and medical education: a review. Malta Medical Journal, v. 21, n.1, p. 11-18, Mar. 2009.

AGUIAR, R. A. R. de. Habilidades: ensino jurídico e contemporaneidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

ARRUABARRENA, R.; SÁNCHEZ, A.; BLANCO, J. M.; VADILLO, J. A.;

USANDIZAGA, I. Integration of good practices of active methodologies with the reuse of student-generated contente. International Journal of Educational Technology in Higher Education, v. 16, n. 10, 2019.

ÁVILA, H. Teoria da segurança jurídica. 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2016.

BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico. Contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

BAPTISTA, Bárbara Gomes Lupetti Baptista. O uso da observação participante em pesquisas realizadas na área do Direito: desafios, limites e possibilidades. In: MACHADO, Maíra Rocha (org.). Pesquisar empiricamente o direito. São Paulo: Rede de Estudos Empíricos em Direito, 2017. p. 83-118.

BARBOSA, E. F.; MOURA, D. G. de. Metodologias ativas de aprendizagem na Educação Profissional e Tecnológica. Boletim Técnico do Senac, Rio de Janeiro, v. 39, n. 2, p. 48-67, maio/ago. 2013.

BARRETO, Alana Maria Passos; ÁVILA, Flávia de. Revista Direitos Culturais, Santo Ângelo, v. 18, n. 45, p. 91-106, maio/agos. 2023. Disponível em: https://san.uri.br/revistas/index.php/direitosculturais/article/view/1373. Acesso em: 12 set. 2023.

BERBEL, N. A. N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes.

Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011.

BIRZER, M. L. Andragogy: student centered classrooms in criminal justice programs.

Journal of Criminal Justice Education, v. 15, n. 2, p. 393-411, 2004.

BORGES, Jorge Luis. Epílogo. In: BORGES, Jorge Luis. O Fazedor. Tradução de Josely Vianna Baptista. São Paulo: Editora Globo S.A., 1999.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Guia de elaboração e revisão de itens. Brasília: Inep, 2010.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Relatório síntese de área: formação geral. Brasília, DF: Inep, 2017.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Provas e gabaritos. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2022. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames- educacionais/enade/provas-e-gabaritos Acesso em: 7 nov. 2023.

BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2018. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Direito e dá outras providências. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2018-pdf/104111-rces005-18/file Acesso em: 7 nov. 2023.

CAETANO, João Carlos Relvão; BEDÊ, Fayga Silveira; ALMEIDA, Leinad Rocha de; SANTOS, Mateus Rocha. Ensino jurídico participativo durante a pandemia da covid- 19: como transpor metodologias ativas para o ambiente virtual – relato de experiências. Revista Culturas Jurídicas, Niterói, v. 8, n. 21, p. 179-218, set./dez. 2021. Disponível em: https://periodicos.uff.br/culturasjuridicas/article/view/54345 Acesso em: 30 jul. 2023.

CAMPETTI, P. H. de M.; CAMPOS, D. de. Situação-Problema: um Método para o Ensino de Economia. Educação por Escrito, v. 8, n. 1, p. 85-99, jun. 2017.

CAMPOS, M. Questões no estilo ENADE: tudo que você precisa saber para incrementar esse estilo em suas avaliações. São Paulo: Labrador, 2019.

CHAN, S. Applications of Andragogy in Multi-Disciplined Teaching and Learning.

Journal of Adult Education, v. 39, n. 2, p. 25-35, 2010.

CONCEIÇÃO NETO, V. L.; MOURA, G. L. Práticas Andragógicas Criativas no Ensino Superior de Administração: efetividade à aprendizagem ou “mise en scène”? Revista Gest@o.Org, v. 17, n. 1, p. 46-57, 2019.

CRISOL-MOYA, E.; ROMERO-LÓPEZ, M. A.; CAURCEL-CARA, M. J. Active

Methodologies in Higher Education: Perception and Opinion as Evaluated by Professors and Their Students in the Teaching-Learning Process. Frontiers in Psychology, v. 11, p. 1-10, Aug. 2020.

CURREY, Mason. Os segredos dos grandes artistas: conheça os rituais diários de Van Gogh, Benjamin Franklin, Freud, Woody Allen, Goethe, entre outros. Trad. Sabine Alexandra Holler. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

DEHAENE, S. É Assim que Aprendemos: por que o cérebro funciona melhor que qualquer máquina. São Paulo: Contexto, 2022.

DIAS, Daniel. Metodologia de resolução de casos jurídicos. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2023.

EKOTO, C. E.; GAIKWAD, P. The Impact of Andragogy on Learning Satisfaction of Graduate Students. American Journal of Educational Research, v. 3, n. 11, p. 1178- 1186, 2015.

EL-AMIN, A. Andragogy: A Theory in Practice in Higher Education. Journal of Research in Higher Education, v. 4, n. 2, p. 54–69, 2020.

ESCRIVÁ, Josemaria. Amar o mundo apaixonadamente. In: Escrivá, Josemaria.

Questões atuais do cristianismo. 3. ed. São Paulo: Quadrante, 1986.

FEFERBAUM, M.; LIMA, S. H. B. Formação jurídica e novas tecnologias: relato de uma aprendizagem experiencial em direito. Revista Opinião Jurídica, Fortaleza, v. 18, n. 28, p. 145-162, maio/ago. 2020.

FERREIRA, T. F.; MAGALHÃES, A. G. J.; NÓBREGA-THERRIEN, S. M. Andragogia

no Ensino Superior: A Percepção de Professores de Licenciaturas. Revista Internacional de Educação Superior, Campinas, v. 8, p. 1-16, 2022.

FIDALGO-BLANCO, Á.; SEIN-ECHALUCE, M. L.; GARCÍA-PEÑALVO, F. J. Enhancing the main characteristics of active methodologies: a case with Micro Flip Teaching and Teamwork. International Journal of Engineering Education, v. 35, n. 1B, p. 397-408, 2019.

GIL, A. G. Metodologia do ensino superior. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2020.

GHIRARDI, José Garcez; VANZELLA, Rafael Domingos Faiardo (org.). Ensino jurídico participativo: construção de programas, experiências didáticas. São Paulo: Saraiva, 2009. (Série Metodologia e ensino. Direito, Desenvolvimento, Justiça).

GUEDES, K. L.; ANDRADE, R. O. B.; NICOLINI, A. M. A avaliação de estudantes e professores de administração sobre a experiência com a aprendizagem baseada em problemas. Administração: Ensino e Pesquisa, v. 16 n. 1 p. 71-100, jan./mar. 2015.

HERINGER, M. R.; GUIMARAES, E. H. R.; PEREIRA, F. C. M.; NEVES, J. T. R.;

FAGUNDES, A. I. J. Innovation in brazilian private higher education: a proposal for the application of active methodologies based on the flipped classroom. International Journal of Innovation, v. 7, n. 2, p. 221-245, 2019.

HUGO, Victor. Les Misérables. [s. l.]: Ebookarama Editions, [s. d.]. (E-kindle).

HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. ed. rev. São Paulo: Perspectiva, 2019.

IASECHKO, Svitlana. Transforming society: the role and future of artificial intelligence. Review of Artificial Intelligence in Education, São Paulo, v. 2, p. 1-9, 2021. DOI: https://doi.org/10.37497/rev.artif.intell.educ.v2i00.27. Disponível em: https://educationai-review.org/revista/article/view/27/27. Acesso em: 30 ago. 2023.

KLAFKE, G. F.; FEFERBAUM. M. Metodologias ativas em direito: guia prático para o ensino jurídico e inovador. São Paulo: Atlas, 2020.

KNOWLES, M. S.; HOLTON III, E. F.; SWANSON, R. A. The adult learner: the definitive classic in adult education and human resource development. 6th ed. Burlington: Elsevier, 2005.

LAMPOU, Rania. The integration of artificial intelligence in education: opportunities and challenges. Review of Artificial Intelligence in Education, São Paulo (SP), v. 4, e015, p. 1-12, Jan./Dec. 2023. DOI: https://doi.org/10.37497/rev.artif.intell.educ.v4i00.15. Disponível em: https://educationai-review.org/revista/article/view/15. Acesso em: 30 ago. 2023.

LEWIS, N.; BRYAN, V. Andragogy and teaching techniques to enhance adult learners’ experience. Journal of Nursing Education and Practice, v. 11, n. 11, July 2021.

MACEDO, L. A situação-problema como avaliação e como aprendizagem. In: BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM): Fundamentação Teórico-Metodológica. Brasília: O Instituto, 2005. p. 29-36.

MACHYNSKA, N.; BOIKO, H. Andragogy – the science of adult education: theoretical aspects. Journal of Innovation in Psychology, Education and Didactics, v. 24, n. 1, p. 25-34, 2020.

MAIA FILHO, M. S.; Junquilho, T. A. Projeto Victor: perspectivas de aplicação da inteligência artificial ao direito. Revista de Direitos e Garantias Fundamentais, v. 19, n. 3, 218-237, 2018. DOI 10.18759/rdgf.v19i3.1587

MARITAIN, Jacques. A pessoa e o bem comum. Tradução Vasco Miranda. Lisboa: Livraria Morais Editora, 1962.

MEIRIEU, P. Aprender... sim, mas como. Tradução Vanise Dresch. 7. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

MINEIRO, A. A. C.; RODRIGUES, L. G.; VIEIRA, J.; ANDRADE, D. M. Como o

Aprendizado Pode Ser Efetivo com o Uso da Técnica Multidimensional de Ensino em Administração? Administração: Ensino e Pesquisa, v. 19, n. 3, 2018.

MINTER, R. L. The Learning Theory Jungle. Journal of College Teaching & Learning, v. 8, n. 6, p. 7-16, June 2011.

MONEBHURRUN, Nitish (org.). A reinvenção do ensino jurídico: métodos para a qualidade das aulas remotas. Rio de Janeiro: Processo, 2021.

MORAN, J. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, L.; MORAN, J. (org.) Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prático. Porto Alegre: Penso, 2018.

OZUAH, P. O. First, There Was Pedagogy And Then Came Andragogy. Einstein Journal of Biology and Medicine, v. 21, p. 83-87, 2005.

PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Tradução Patrícia Ramos. Porto Alegre: Artmed, 2000.

PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.

PELEMBI, A. A. U. Andragogia no Ensino Superior: Pressupostos metodológicos.

Revista Sol Nascente, v. 10, n. 1 p. 131-149, jan./jun. 2021.

POPPER, Karl Raimund. A lógica da pesquisa científica. Tradução Leonidas Hegenberg e Octanny Silveira Mota. 2. ed. São Paulo: Cultrix, 2013.

QUIROZ, J. S.; CASTILLO, D. M. Una propuesta de modelo para introducir metodologías activas en educación superior. Innovación Educativa, v. 17, n. 73, enero/abr. 2017.

ROBERTS, D. Higher education lectures: From passive to active learning via imagery?

Active Learning in Higher Education, v. 20, n.1, p. 63-77, 2019.

RODRIGUES, Horácio Wanderlei; GOLINHAKI, Jeciane. Educação jurídica ativa: caminhos para a docência na era digital. Florianópolis: Habitus, 2020.

RODRÍGUEZ, Américo Plá. Como se escreve um livro jurídico: conselhos a um jovem que vai escrever um livro. Campinas, SP: Edicamp, 2003.

SCHELER, Max. Esencia y formas de la simpatía. Traducción directa de José Gaos.

ed. Buenos Aires: Editorial Losada, S. A., 1957.

SILVA, Virgílio Afonso da; WANG, Daniel Wei Liang. Quem sou eu para discordar de um Ministro do STF? O ensino do Direito entre argumento de autoridade e livre debate de ideias. Revista Direito GV, São Paulo, v. 6, n. 1, p. 95-118, jan. 2010. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/revdireitogv/article/ view/24210/22983 . Acesso em: 15 abr. 2023.

STARY, Christian; WEICHHART, Georg. An e-learning approach to informed problem solving. Knowledge Management & E-Learning An International Journal, v. 4, n. 2, June 2012.

TEIXEIRA, A. N.; GOMES FILHO, A. S.; BRITO, T. M.; QUEIROZ, Z. F. Reflexões

sobre as Práticas Docentes e o Sujeito Discente no Ensino Superior: Contribuições da Andragogia. Id on Line Revista Multidisciplinar e de Psicologia, v. 13, n. 43, p. 340- 352, 2019.

TRAGÉDIA de Brumadinho: 4 anos de impunidade e sonhos soterrados. Conectas,

jan. 2022. Disponível em: https://www.conectas.org/noticias/tragedia-de-brumadinho-3-anos-de-impunidade-e-sonhos-soterrados Acesso em: 25 jun. 2022.

WALKER, Matthew. Por que nós dormimos? Rio de Janeiro: Intrínseca, 2018. WALTON, Douglas N. Lógica informal. São Paulo: MF/Martins Fontes, 2012. WOJTYLA, Karol. Persona e acción. 2. ed. Madrid: Ediciones Palabra, 2011.

WRIGHT, M. C.; BERGOM, I.; BARTHOLOMEW, T. Decreased class size, increased active learning? Intended and enacted teaching strategies in smaller classes. Active Learning in Higher Education, v. 20, n.1, p. 51-62, 2019.

ZITSCHER, Harriet Christiane. Metodologia do ensino jurídico com casos: teoria e prática. Belo Horizonte: Del Rey, 1999.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/revistajur.2316-753X.v4i76.6571

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Revista Jurídica e-ISSN: 2316-753X

Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181

Licença Creative Commons

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.