A ÉTICA DA ECONOMIA DA COMUNHÃO À LUZ DA EFICAZ DESTINAÇÃO DOS BENS MÓVEIS APREENDIDOS A LEILÃO

Fernando Gustavo KNOERR, Priscila Luciene Santos de LIMA, Hélcio KRONBERG

Resumo


Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi identificar através da teoria da comunhão, uma forma de destinação a leilão de forma mais célere, dos bens provenientes de ilícitos.

Metodologia: A metodologia aplicada neste estudo foi a revisão bibliográfica e pesquisa documental.

Resultados: Essa pesquisa evidenciou que a demora na destinação dos bens apreendidos a leilão acarreta na diminuição do valor do objeto, eis que estes ficam parados e acondicionados de forma precária nos pátios de algumas repartições públicas (tais como delegacias), acarretando prejuízo ao Estado, temos proposta do presente estudo, a elaboração de um Projeto Conjunto entre os Órgãos e os Leiloeiros Oficiais, para que a destinação seja pronta e célere dos bens apreendidos, para que possam ser arrematados por um valor muito superior, permitindo, assim, destinar parte do lucro para instituições, como prega a economia da comunhão, discutida anteriormente.

Contribuições: Propõe-se a elaboração de um Projeto conjunto entre Órgãos e Leiloeiros oficiais para a pronta destinação dos bens apreendidos, em conformidade com a Resolução nº 63, de 16 de dezembro de 2008, que institui o Sistema Nacional de Bens Apreendidos; Recomendação 30 de 10 de fevereiro de 2010, que dispõe sobre a alienação antecipada de bens apreendidos em processos criminais e conforme o Manual de Bens Apreendido, publicado em 2011 pelo Conselho Nacional de Justiça. Com isto, será possível que os bens colocados a leilão sejam arrematados com numerários mais próximos aos seus valores reais e, por consequência, far-se-á viável a aplicação da teoria da economia da comunhão, destinando o lucro para instituições cujos valores se assemelhem ao disposto no referido instituto.

Palavras-chave: Economia da Comunhão; Destinação Social; Leilão.

 

ABSTRACT

Objective: The main objective of this study was to identify through the theory of communion, a form of allocation to auction more quickly, of goods derived from illicit.

Methodology: The methodology applied in this study was the literature review and documentary research.

Results: This research showed that the delay in the destination of the goods seized at auction results in the decrease of the value of the object, behold, these are stuck and packed precariously in the courtyards of some public offices (such as police stations), causing damage to the State, we have proposed this study, the elaboration of a Joint Project between the Organs and the Official Auctioneers, so that the destination is prompt and swift of the seized goods, so that they can be replaced for a much higher value, thus allowing to allocate part of the profit to institutions, as preached the economy of communion, discussed earlier.

Contributions: It is proposed the elaboration of a joint project between official Agencies and Auctioneers for the prompt disposal of seized assets, in accordance with Resolution No. 63 of December 16, 2008, establishing the National System of Seized Goods; Recommendation 30 of February 10, 2010, which provides for the early disposal of assets seized in criminal proceedings and according to the Manual of Seized Goods, published in 2011 by the National Council of Justice. As a result, it will be possible for the goods put up for auction to be auctioned with cash closer to their real values and, consequently, the application of the theory of the economy of communion will be made feasible, allocating the profit to institutions whose values are close to the provisions of that institute.

Keywords: Economy of Communion; Social Destination; Auction.


Palavras-chave


Economia da Comunhão; Destinação Social; Leilão.

Texto completo:

PDF

Referências


AGRASC. Agence de gestion et de recouvrement des avoirs saisis et confisques. 2010. Disponível em: . Acesso em: 09 fev. 2021.

ARAÚJO, Vera. Economia de Comunhão e comportamentos sociais. In: COSTA, R. et al. Economia de Comunhão. São Paulo: Cidade Nova, 1998.

BRUNI, Luigino (Org.). Comunhão e as novas palavras em economia. Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 2005.

BRUNI, Luigino (Org.).Economia de comunhão: uma cultura econômica em várias dimensões. Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 2002.

BURCKART, Hans. Desenvolvimento Sustentável e Gerenciamento Empresarial: Elementos Para um Novo Paradigma de Gestão. In: BRUNI, Luigino (Org.). Economia de Comunhão: uma cultura econômica de várias dimensões. Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 2002.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Recomendação n. 30, de 10 de fevereiro de 2010. Disponível em: . Acesso em: 08 fev. 2021.

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Manual de bens apreendidos. 2011. Disponível em: . Acesso em: 09 fev. 2021.

FALLER, Maria Helena Ferreira Fonseca. Economia de Comunhão e função social da empresa: uma aproximação possível?. Dissertação de mestrado em Direito na Universidade Federal de Santa Catarina, 2010.

FELIPE, Sônia Teresinha. Euthanasía ou kakothanasía? Uma leitura das teorias éticas acerca da vida e da morte. in Conferência pronunciada na I Jornada do Serviço Social do Hospital das Clínicas de Porto Alegre. UFSC: Núcleo de Estudos em Ética e Filosofia Política, 1999.

FERNANDES, Valdir. A dimensão ambiental em organizações produtivas: uma análise da racionalidade da Economia de Comunhão (EdC). Tese de doutorado apresentada na Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. Santa Catarina, 2007.

FERRUCCI, Alberto. Considerações sobre a economia de comunhão. In: COSTA, Rui, et. al. Economia de comunhão – propostas e reflexões para uma cultura da partilha. Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 1998.

GUERRA, Romulo Sérgio de Carvalho. A experiência do leilão eletrônico no Brasil: Reflexões possíveis frente ao novo coronavírus. in Revista Brasileira de Ditreito Civil em Perspectiva. v. 6, n. 1. 2020. Disponível em: . Acesso em: 08 fev. 2021.

KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril, 1980.

KRONBERG, Helcio. Manual do Leiloeiro Público. São Paulo: Hemus, 2004.

MARIN, S. R.; QUINTANA, A. M. Adam Smith e Francis Ysidro Edgeworth: uma crítica do utilitarismo. Nova Economia, 2011.

MARTINS, Nuno Miguel Ornelas. Ética, economia e sustentabilidade. in Revista Prima-Facie. 3. ed. 2009. Disponível em: . Acesso em: 05 fev. 2021.

McDADE, L. A. A crise como oportunidade de repensar a economia. 2010. Dissertação (Mestrado). Universidade Católica Portuguesa: Centro Regional do Porto, 2010.

MENEGASSI, Cláudia Herrero Martins. As dimensões do modelo burocrático nas organizações: um estudo das empresas do Pólo Empresarial Spartaco orientadas pela abordagem da Economia de Comunhão. Dissertação de Mestrado em Administração, Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina, 2007.

MINISTÉRIO PÚCLICO PORTUGAL. Projecto Fênix. Disponível em: . Acesso em: 09 fev. 2021.

MOLTENI, Mario. Os problemas de desenvolvimento das empresas de “motivação ideal”. In: BRUNI, Luigino (Org.). Economia de Comunhão: Uma cultura econômica em várias dimensões. Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 2002.

ORGANIZACIÓN DE LOS ESTADOS AMERICANOS. Sistemas de Administración de Bienes de América Latina y el Documento de Mejores Prácticas sobre Administración de Bienes Incautados y Decomisados. 2011. Disponível em: . Acesso em: 09 fev. 2021.

PORTUGAL. Lei n.º 45/2011. 2011. Disponível em: . Acesso em: 09 fev. 2021.

PORTUGAL. Projecto Fênix. 2012. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2021.

RAMOS, Alberto Guerreiro. A nova ciência das organizações: uma reconceituação da riqueza das nações. Rio de Janeiro: FGV, 1989.

RAMOS, Alberto Guerreiro. Administração e contexto brasileiro: esboço de uma teoria geral de administração. Rio de Janeiro: FGV, 1983.

RODRIGUES, Sônia Maria de Menezes. Leiloeiro oficial - Junta comercial - Poderes. in Revista de Direito Administrativo. v. 221. Rio de Janeiro, 2000. Disponível em: . Acesso em: 08 fev. 2021.

SAADI, Ricardo Andrade. Os bens aprendidos e sequestrados em procedimentos penais e o financiamento de atividades educacionais nos presídios. 2011.193 f. Tese (Doutorado em Direito Político e Econômico). São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2011. Disponível em:. Acesso em: 07 fev. 2021.

SERAFIM, Maurício C. A ética no espaço de produção: contribuições da economia de comunhão. 2001. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Santa Catarina: Santa Catarina, 2001.

SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Perseu Abramo, 2002.

SINGER, Paul. Ética Prática. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

SMERILLI, Alessandra. A arte da gestão de crises nas organizações com motivação ideal. In: Economia de Comunhão - uma nova cultura. n. 30, 2009. Disponível em: . Acesso em: 06 fev. 2021.

SMITH, Adam. A riqueza das nações. São Paulo: Nova Cultura, 1996.

SMITH, Adam. The theory of moral sentiments. Londres. 1759. Disponível em: . Acesso em: 05 fev. 2021.

SORGI, Tommaso. A cultura do dar. In: COSTA, Rui, et al. Economia de comunhão – propostas e reflexões para uma cultura da partilha, a “cultura do dar”. Vargem Grande Paulista: Cidade Nova, 1992.

VASCONCELLOS, Marco Antonio Sandoval de; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 2006.

VILLARDI, Beatriz Queiroz; LEITAO, Sergio Proença; MARQUES, Deise. Economia de comunhão e aprendizagem: uma perspectiva epistêmica. Rio de Janeiro: RAP, 2007.

WEBER, Max. Economia e sociedade. 1921. São Paulo: Editora UnB, 2004.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/revistajur.2316-753X.v1i63.5253

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Revista Jurídica e-ISSN: 2316-753X

Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181

Licença Creative Commons

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.