O CONFLITO E A DISPUTA DE FORÇAS DENTRO DO ESTADO: A GUERRA CIVIL EM FOUCAULT

David Barbosa Oliveira

Resumo


Objetivo: Pesquisar o fato de que o exercício do poder político não é o resultado da pacificação de demandas e conflitos sociais, sendo o poder político, na realidade, uma configuração circunstancial e, portanto mutável, do resultado de lutas permanentes, que apontam exatamente para o sentido contrário: se há poder, é porque existe conflito.

 

Metodologia: Trata-se de pesquisa bibliográfica realizada por meio de método dialético.

 

Resultados: Concluímos, assim, que a virada conceitual feita por Foucault é fundamental para o estudo do exercício do poder político que destaca a vontade de poder e a ideia do comportamento agonístico como elementos dinâmicos que subjazem, e ao mesmo tempo, constituem o exercício do poder político.

 

Contribuições: Para tanto, analisamos a ideia de guerra civil e formação da sociedade política em Hobbes. Num segundo momento, estudamos a contraposição de Foucault à versão hobbesiana da existência e do exercício do poder como pacificação dos conflitos, sendo a política é a guerra continuada por outros meios, o que implica numa forma de se enxergar o poder político como palco de lutas que nunca cessam, apenas podendo, por vezes, encobrir as disputas pelo exercício de um poder que se pretende legítimo.


Palavras-chave


Poder. Guerra civil. Estado.

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DOI: http://dx.doi.org/10.26668/revistajur.2316-753X.v4i76.4996

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