O ATIVISMO JUDICIAL EM DEMANDAS AMBIENTAIS E O PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES SOB A ÓTICA DA TEORIA DE PRINCÍPIOS E REGRAS DE ROBERT ALEXY

Luiz Gustavo Gonçalves RIBEIRO, Leandro José FERREIRA

Resumo


Objetivo: O presente estudo tem como objetivo trabalhar o fenômeno do ativismo judicial no Brasil, seus aspectos e desdobramentos no que tange à busca pela proteção do direito fundamental ao meio ambiente equilibrado à sadia qualidade de vida. Na mesma linha, uma incursão sobre o princípio da separação de poderes será realizada e abordada como limitador ao citado ativismo judicial. Diante da colisão entre os direitos fundamentais apontados, uma incursão pela teoria de princípios e regras desenvolvida por Robert Alexy se fará necessária.

Metodologia: Para tanto, foram utilizados, na realização desta pesquisa, o método vertente jurídico-teórico e raciocínio dedutivo com técnica de pesquisa bibliográfica.

Resultados: Ao final da pesquisa, pode-se evidenciar que o direito fundamental ao meio ambiente equilibrado à sadia qualidade de vida se apresenta como princípio de maior peso frente ao princípio da separação de poderes no que tange a aplicação da teoria de princípios e regras elaborada por Robert Alexy, pois a proteção ambiental deve ser devidamente desenvolvida e efetivada no Estado Democrático de Direito, de modo a objetivar e consubstanciar a efetivação dos direitos fundamentais.

Contribuições: O presente estudo traz como contribuição uma análise aprofundada sobre o princípio da separação dos poderes, decorrente do direito constitucional que fundamenta o Estado Democrático de Direito, responsável por determinar a tripartição de poderes, que se desdobra em executivo, legislativo e judiciário, cada qual com suas atribuições constitucionais.

Palavras-Chave: Ativismo Judicial; Direitos Fundamentais; Meio ambiente; Separação de poderes; Princípios e regras.

ABSTRACT

Objective: The present study aims to work on the phenomenon of judicial activism in Brazil, its aspects and consequences in relation to the search for protection of the fundamental right to the environment balanced to the healthy quality of life. In the same vein, an incursion into the principle of separation of powers will be carried out and approached as limiting the aforementioned judicial activism. Faced with the collision between the fundamental rights pointed out, an incursion for the theory of principles and rules developed by Robert Alexy will become necessary. 

Methodology: For this purpose, the juridical-theoretical approach and deductive reasoning with a bibliographic research technique were used in this research.

Results: At the end of the research, it can be evidenced that the fundamental right to the balanced environment to the healthy quality of life presents itself as a principle of greater weight in front of the principle of separation of powers in what concerns the application of the theory of principles and rules elaborated by Robert Alexy, because environmental protection must be properly developed and enforced in the Democratic State of Law, in order to objectify and substantiate the realization of fundamental rights.

Contributions: This study presents as a contribution an in-depth analysis on the principle of separation of powers, arising from the constitutional law that underlies the Democratic State of Law, responsible for determining the tripartition of powers, which unfolds in executive, legislative and judiciary, each with its constitutional attributions.

Keywords: Judicial Activism; Fundamental rights; Environment; Separation of powers; Principles and rules.


Palavras-chave


Ativismo Judicial; Direitos Fundamentais; Meio ambiente; Separação de poderes; Princípios e regras.

Texto completo:

PDF

Referências


ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução de Virgílio Afonso da Silva. São Paulo: Malheiros, 2008. 669 p.

ALEXY, Roberto. Teoria discursiva do direito. Tradução de Alexandre Travessoni Gomes Trivisonno. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015. 384 p.

BARROSO, Luís Roberto. Judicialização, ativismo judicial e legitimidade democrática. Anuario Iberoamericano de Justiça Constitucional, Madrid, nº 13, p. 17-32, jan./dez. 2009. Disponível em: http://www.cepc.gob.es/Publicaciones/Revistas/revistaselectronicas?IDR=8&IDN=681&IDA=27551 . Acesso em: 30 nov. 2017.

BARROSO, Luís Roberto. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do direito: o triunfo tardio do direito constitucional no Brasil. In: CLÉVE, Clémerson Merlin (Coord.). Direito constitucional: novo direito constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 533-584.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Diário Oficial da União, Brasília, 05 out. 1988. Disponível em: ttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 30 nov. 2017.

BRASIL. Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 02 set. 1981. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6938.htm. Acesso em: 30 nov. 2017.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp 1.150.392/SC. Rel. Min. Sérgio Kukina. Diário de Justiça, Brasília, 20 set. 2016. Disponível em: http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?processo=1150392&&b=ACOR&thesaurus=JURIDICO&p=true. Acesso em: 24 nov. 2017.

BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 1727 p.

CAMARGO, Maria Lucia Miranda de Souza; MEYER-PFLUG, Samantha Ribeiro. O ativismo judicial e a tripartição de poderes. E-civitas, Belo Horizonte, v. IX, nº 2, p. 153-174, dez./2016. Disponível em: http://revistas.unibh.br/index.php/dcjpg/article/view/2034/6. Acesso em: 24 nov. 2017.

COSTA, Beatriz Souza. Meio ambiente como direito à vida: Brasil, Portugal e Espanha. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2013. 148 p.

COSTA, Beatriz Souza. O gerenciamento econômico do minério de ferro como bem ambiental no direito constitucional brasileiro. São Paulo: Fiuza, 2009. 205 p.

FREIRE, Roberta Lima. O ativismo judicial e o princípio da separação dos poderes. In: CASTRO, João Antônio Lima (Coord.). Direito processual e a era digital. Belo Horizonte: PUC Minas, 2015. p. 282-291.

GONÇALVES, Francysco Pablo Feitosa. Os princípios gerais da administração pública e o neoconstitucionalismo: até onde a adesão à doutrina alienígena é válida? In: CLÉVE, Clémerson Merlin (Coord.). Direito constitucional: novo direito constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 663-683.

GRINOVER, Ada Pellegrini. O controle jurisdicional de políticas públicas. In: GRINOVER, Ada Pellegri¬ni; WATANABE, Kazuo (Coord.). O controle jurisdicional de políticas públicas. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. p. 125-150.

JAQUES, Marcelo Dias. A tutela internacional do meio ambiente: um contexto histórico. Veredas do Direito, Belo Horizonte, v. 11, nº 22, p. 299-315, jul./dez. 2014. Disponível em: http://www.domhelder.edu.br/revista/index.php/veredas/article/view/372/434 . Acesso em: 24 nov. 2017.

MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Participação, processo civil e defesa do meio ambiente. São Paulo: Letras Jurídicas, 2011. 654 p.

REIS, João Emílio de Assis. O direito ao meio ambiente e o direito à moradia: colisão e ponderação de direitos fundamentais. Veredas do Direito, Belo Horizonte, v. 10, nº 20, p. 289-314, jul./dez. 2013. Disponível em: http://www.domhelder.edu.br/revista/index.php/veredas/article/view/416/378 . Acesso em: 24 nov. 2017.

SADEK, Maria Tereza. Judiciário e arena pública: um olhar a partir da ciência política. In: GRINOVER, Ada Pellegrini; WATANABE, Kazuo (Coord.). O controle jurisdicional de políticas públicas. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. p. 1-32.

SAES, Wandimara Pereira dos Santos. Colisão de direitos fundamentais: princípio da dignidade humana como critério material de ponderação. In: CLÉVE, Clémerson Merlin (Coord.). Direito constitucional: novo direito constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 707-729.

SILVA, Rodrigo Monteiro da. Ativismo judicial e controle de políticas públicas. Revista Brasileira de Políticas Públicas, Brasília, v. 7, n. 1, p. 13-27, 2017. Disponível em: https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/view/4251/pdf. Acesso em: 24 nov. 2017.

SOUSA, Isabella Saldanha de; GOMES, Magno Federici. Ativismo judicial, democracia e sustentabilidade. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2015. 255 p.

VALE, André Rufino do. A estrutura das normas de direitos fundamentais: Repensando a distinção entre regras, princípios e valores. Brasília, 2006. 286f. Dissertação (Mestrado) – Universidade de Brasília, Programa de Pós-Graduação em Direito, Estado e Constituição. Disponível em: http://www.repositorio.unb.br/bitstream/10482/3616/1/2006_Andr%C3%A9%20Rufino%20do%20Vale.pdf. Acesso em: 30 nov. 2017

ZANETI JR, Hermes. A teoria da separação de poderes e o estado democrático constitucional: funções de governo e funções de garantia. In: GRI¬NOVER, Ada Pellegrini; WATANABE, Kazuo (Coord.). O controle jurisdicional de políticas públicas. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. p. 33-72.

ZANETI JR, Hermes. Constitucionalismo garantista e precedentes vinculantes em matéria ambiental. Limites e vínculos ao ativismo judicial contrário ao meio ambiente. In: CLÉVE, Clémerson Merlin (Coord.). Direito constitucional: novo direito constitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015. p. 1367-1400.

ZUFELATO, Camilo. Controle judicial de políticas públicas mediante ações coletivas e individuais. In: GRI¬NOVER, Ada Pellegrini; WATANABE, Kazuo (Coord.). O controle jurisdicional de políticas públicas. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. p. 309-331.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/revistajur.2316-753X.v1i68.2335

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Revista Jurídica e-ISSN: 2316-753X

Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181

Licença Creative Commons

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.