EXPLORANDO ROTAS TECNOLÓGICAS: A TRAJETÓRIA DE UMA SPIN-OFF ACADÊMICA DE GESTÃO E MOBILIDADE URBANA
Resumo
A inovação nas empresas é influenciada pela sua trajetória tecnológica, onde o conhecimento se acumula ao longo do tempo através de atividades inovativas. No Brasil, a dinâmica tecnológica das empresas é afetada por quatro principais variáveis: setor de atuação, sistema técnico de produção, porte e fonte de capital. Portanto, entender o impacto das spin-offs universitárias requer uma análise abrangente do desenvolvimento, crescimento e funcionamento dessas empresas ao longo do tempo. Este estudo busca descrever a trajetória tecnológica de uma spin-off acadêmica focada em gestão e mobilidade urbana, examinando sua influência no processo de inovação. Os dados foram coletados através de quatorze entrevistas semiestruturadas e fontes secundárias. As informações foram analisadas através da técnica de análise de conteúdo e combinadas para fortalecer os resultados do estudo. Identificou-se que a trajetória tecnológica da empresa pode ser dividida em três fases distintas, proporcionando uma compreensão mais abrangente do seu desenvolvimento e impacto no mercado.
Palavras-chave: Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); Trajetória Tecnológica; Spin-off; Inovação; Universidade-empresa.
ABSTRACT
Innovation in companies is influenced by their technological trajectory, where knowledge accumulates over time through innovative activities. In Brazil, the technological dynamics of companies are affected by four main variables: sector of operation, technical production system, size, and capital source. Therefore, understanding the impact of university spin-offs requires a comprehensive analysis of the development, growth, and functioning of these companies over time. This study aims to describe the technological trajectory of an academic spin-off focused on management and urban mobility, examining its influence on the innovation process. Data were collected through fourteen semi-structured interviews and secondary sources. The information was analyzed using content analysis technique and combined to strengthen the study results. It was identified that the company's technological trajectory can be divided into three distinct phases, providing a more comprehensive understanding of its development and impact on the market.
Keywords: Research and Development (R&D); Technological Trajectory; Spin-Off. Innovation; University-company
RESUMEN
La innovación en las empresas está influenciada por su trayectoria tecnológica, donde el conocimiento se acumula a lo largo del tiempo a través de actividades innovadoras. En Brasil, la dinámica tecnológica de las empresas está afectada por cuatro variables principales: sector de actuación, sistema técnico de producción, tamaño y fuente de capital. Por lo tanto, entender el impacto de las spin-offs universitarias requiere un análisis exhaustivo del desarrollo, crecimiento y funcionamiento de estas empresas a lo largo del tiempo. Este estudio busca describir la trayectoria tecnológica de una spin-off académica enfocada en gestión y movilidad urbana, examinando su influencia en el proceso de innovación. Los datos fueron recolectados a través de catorce entrevistas semiestructuradas y fuentes secundarias. La información fue analizada mediante la técnica de análisis de contenido y combinada para fortalecer los resultados del estudio. Se identificó que la trayectoria tecnológica de la empresa puede dividirse en tres fases distintas, proporcionando una comprensión más amplia de su desarrollo e impacto en el mercado.
Palabras clave: Investigación y Desarrollo; Trayectoria Tecnológica; Spin-off; Innovación; Universidad-empresa.
Texto completo:
PDFReferências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE ENGENHARIA DE TRÂNSITO. Abeetrans News. São Paulo: ABEETRANS, 2016. Disponível em: http://abeetrans.com.br/abeetrans/news/Abeetrans_News_16.pdf. Acessso em: 30 dez. 2023.
ARCHIBUGI, D. Pavitt’s taxonomy sixteen years on: A review article. Economics of Innovation and New Technology, v. 10, n.5, p. 415-425, 2001. https://doi.org/10.1080/10438590100000016.
BARBIERI, N.; MARZUCCHI, A.; RIZZO, U. Knowledge sources and impacts on subsequent inventions: Do green technologies differ from non-green ones? Research Policy, v. 49, n. 2, p. 103901-103912, 2020. https://doi.org/10.1016/j.respol.2019.103901.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2002.
BELL, M.; FIGUEIREDO, P. N. Innovation capability building and learning mechanisms in latecomer firms: recent empirical contributions and implications for research. Canadian Journal of Development Studies, v. 33, n. 1, p. 14-40, 2012. https://doi.org/10.1080/02255189.2012.677168.
BELL, M.; PAVITT, K. Technological accumulation and industrial growth: contrasts between developed and developing countries. Industrial and Corporate Change, v. 2, n. 2, p. 157-211, fev. 1993. https://doi.org/10.1093/icc/2.2.157.
CASTELLACCI, F. Technological paradigms, regimes and trajectories: Manufacturing and service industries in a new taxonomy of sectoral patterns of innovation. Research policy, v. 37, n. 6-7, p. 978-994, 2008. https://doi.org/10.1016/j.respol.2008.03.011.
CASTRO, P. G.; TEIXEIRA, A. L. S.; LIMA, J. E. A relação entre os canais de transferência de conhecimento das Universidades/IPPs e o desempenho inovativo de firmas no Brasil. Revista Brasileira de Inovação, v. 13, n. 2, p. 345-370, 2014. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=641775956008.
CHEN, Q.; WANG, J. A.; SUN, J.; CHANG, L. C. Disruptive technologies and career transition strategies of middle-skilled workers. Career Development International, 2019. https://doi.org/10.1108/CDI-06-2018-0172.
CHESBROUGH, H.; EUCHNER, J. A. The evolution of open innovation: an interview with Henry Chesbrough. Industrial Research Institute, v. 54, n. 5, p. 1-10, 2011. https://doi.org/10.5437/08956308X5405003.
DOSI, G. Technological paradigms and technological trajectories: a suggested interpretation of the determinants and directions of technical change. Research policy, v. 11, n. 3, p. 147-162, 1982. https://doi.org/10.1016/0048-7333(82)90016-6.
DOSI, G. The nature of innovative process. In: DOSI, G. C.; FREEMAN, C. R.; NELSON, R. G.; SILVERBERG, G.; SOETE, L. Technical Change and Economic Theory. London: Pinter Publishers, 1988. cap. 10, p. 221-238.
ETZKOWITZ, H.; LEYDESDORFF, L. The dynamics of innovation: from National Systems and “Mode 2” to a Triple Helix of university–industry–government relations. Research policy, v. 29, n. 2, p. 109-123, 2000. https://doi.org/10.1016/S0048-7333(99)00055-4.
FERREIRA, G. C.; SORIA, A. F.; CLOSS, L. Gestão da interação universidade-empresa: o caso PUCRS. Revista Sociedade e Estado, v. 27, n. 1, p. 79-94, abr. 2012. https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5639.
FIGUEIREDO, P. N. Evolution of tha short-fiber technological trajectory in Brazil’s pulp and paper industry. The role of firm-level innovative capability-building and indigenous. Forest Policy and Economics, v. 64, n. 3, p. 1-14, mar. 2016. https://hdl.handle.net/10438/23563.
FOTOSENSORES TECNOLOGIA ELETRÔNICA LTDA. Homepage. São José dos Campos: Fotosensores, 2022. Disponível em: https://fotosensores.com/. Acesso em: 20 abr. 2023.
GARNICA, L. A.; TORKOMIAN, A. L. V. Gestão de tecnologia em universidades: uma análise do patenteamento e dos fatores de dificuldade e de apoio à transferência de tecnologia no Estado de São Paulo. Gestão & Produção, v. 16, p. 624-638, 2009.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: EdUFRGS, 2009.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GOMES, A. S.; DANIEL, G. R.; RIBAS, M. O.; GUIMARÃES, T. A. Boas práticas de Gestão e Inovação na governança de tribunais. Revista Humanidades e Inovação, v. 8, n. 48, p. 1-13, jan. 2021.
HASENCLEVER, L.; MACEDO PINTO, J.; OLIVEIRA, S.; OLIVEIRA, Y. F. A relação universidade-empresa e a inovação no Brasil: diferenças e semelhanças em três regiões e setores industriais distintos. Pymes, Innovación y Desarrollo, v. 8, n. 2, p. 31-51, 2020.
HERNÁNDEZ-PERLINES, F.; ARIZA-MONTES, A.; HAN, H. Law,.Innovative capacity, quality certification and performance in the hotel sector. International Journal of Hospitality Management, v. 82, p. 220-230, 2019. https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2019.04.027.
HAEUSSLER, C. Information-sharing in academia and the industry: a comparative estudy. Research Policy, v. 40, n. 1, p. 105-122, 2011. https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.08.007.
HOFFMANN, M. G.; CUNHA LEMOS, D.; DOMINGOS, A.; SELL, D.; BUSATO. Cooperação universidade-empresa em projetos de pesquisa: experiências da universidade do estado de Santa Catarina. Revista Economia & Gestão, v. 20, n. 55, 2020. https://doi.org/10.5752/P.1984-6606.2020v20n55p136-156.
HUANG, Y. et al. Exploring technology evolution pathways to facilitate technology management: from a technology life cycle perspective. IEEE Transactions on Engineering Management, v. 68, n. 5, p. 1-8, 2020.
JOLY, P-B; LEMARIÉ, S. The technological trajectories of the agrochemical industry: change and continuity. Science and Public Policy, v. 29, n. 4, p. 259-266, 2002. https://doi.org/10.3152/147154302781780921.
KIRKELS, A. F. Punctuated continuity: the technological trajectory of advanced biomass gasifiers. Energy Policy, v. 68, n. 1, p. 170-182, jan. 2014. https://doi.org/10.1016/j.enpol.2014.01.036.
LOUREIRO, R. R.; GOLDMAN, F. L.; OLIVEIRA NETO, M. S. Gestão de portfólio de projetos com auxílio do Método AHP. Sistemas & Gestão, v. 13, n. 3, p. 295-310, 2018.
MACHADO, H. P. V.; SARTORI, R. Conhecimento e inovação no âmbito da cooperação entre universidade e empresa: um estudo de caso. Desenvolvimento em Questão, v. 16, n. 44, p. 483-507, 2018.
MALERBA, F.; ORSENIGO, L. Technological regimes and sectoral patterns of innovative activities. Industrial and corporate change, v. 6, n. 1, p. 83-118, 1997. https://doi.org/10.1093/icc/6.1.83.
MARCHESI, K. G. G.; MOURA JUNIOR, A. A.; SILVA, V. B. S. Inovação no setor musical: uma análise da trajetória tecnológica da indústria fonográfica dos EUA no século. In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA INDUSTRIAL, 6., 2022, Salvador. Anais [...] Salvador: APREPO, 2022.
MATHISEN, M. T.; RASMUSSEN, E. The development, growth, and performance of university spin-offs: a critical review. The Journal of Technology Transfer, Indianapolis, v. 44, n. 6, p. 1891-1938, 2019. https://doi.org/10.1007/s10961-018-09714-9.
MELO, M. C. S. Trajetória tecnológica do setor de telecomunicações no Brasil: a tecnologia. 2008. 231 f. Dissertação (Mestrado em Economia) – Programa de Pós-Graduação em Economia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
MOWERY, D.; ROSENBERG, N. Trajetórias da inovação: a mudança tecnológica nos Estados Unidos da América no século XX, Editora Unicamp, 2005.
NELSON, R. R; WINTER S, G. Uma teoria evolucionária da mudança econômica. Campinas, Editora Unicamp, 2005.
NOVELI, M.; SEGATTO, A. P. Processo de cooperação universidade-empresa para a inovação tecnológica em um parque tecnológico: evidências empíricas e proposição de um modelo conceitual. RAI Revista de Administração e Inovação, v. 9, n. 1, p. 81-105, 2012. https://revistas.usp.br/rai/article/view/79251.
OLIVA, F. L. et al. Innovation in the main Brazilian business sectors: characteristics, types and comparison of innovation. Journal of Knowledge Management, Bradford, v. 23, n. 1, p. 135-175, 2019. https://doi.org/10.1108/JKM-03-2018-0159.
OLIVEIRA, H. A. Sistema de reconhecimento de padrões para identificação de porte de veículos através de análise de perfil magnético. 2011. 83 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.
PAVITT, K. Sectoral patterns of technical change: towards a taxonomy and a theory. Research Policy, v. 13, n. 1, p. 343-373, 1984. https://doi.org/10.1016/0048-7333(84)90018-0.
PENEDER, M. Technologic regimes and the variety of innovation behavior: creating integrated taxonomies of firms and sectors, Research Policy, 30, pp. 323-334, 2010. https://doi.org/10.1016/j.respol.2010.01.010.
QUADROS, R. Aprendendo a inovar: padrões de gestão da inovação tecnológica em empresas industriais brasileiras. Unicamp: GEMPI, 2008.
REICHERT, F.; CAMBOIM, G. F.; ZAWISLAK, P. A. Capacidades e trajetórias de inovação de empresas brasileiras. RAM Revista de Administração Mackenzie, v. 16, n. 1, p. 161-194, jan. 2015. https://doi.org/10.1590/1678-69712015/administracao.v16n5p161-194.
ROCZANSKI, C. R. O papel das universidades para o desenvolvimento da inovação no Brasil. In: XVI Coloquio Internacional de Gestion Universitaria, 16., 2016, Peru. Anais eletrônicos […] Peru: Arequipa, 2016. p. 1-13. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/171283/OK%20-%20101_00528.pdf?sequence=1. Acesso em: 1 nov. 2023.
SÁEZ-MARTÍNEZ, F. J.; DÍAZ-GARCÍA, C.; GONZALEZ-MORENO, A. Firm technological trajectory as a driver of eco-innovation in young small and medium-sized enterprises. Journal of Cleaner Production, v. 138, n. 1, p. 28-37, 2016. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2016.04.108.
SCHERER, F. O.; CARLOMAGNO, M. S. Gestão da Inovação na prática: como aplicar conceitos e ferramentas para alavancar a inovação. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
SICSU, A. B.; ROSENTHAL, D. Apresentando um texto paradigmático. Revista Brasileira de Inovação, v. 5, n. 1, p. 9-15, jun. 2006.
SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed. Florianópolis: UFSC, 2005. 138p.
SILVERBERG, G.; DOSI, G.; ORSENIGO, L. Innovation, diversity and diffusion: a self-organisation model. The Economic Journal, v. 98, n. 393, p. 1032-1054, 1988. https://doi.org/10.2307/2233718.
TAHIM, E. F.; DAMACENO, M. N.; ARAUJO, I. F. Trajetória tecnológica e sustentabilidade ambiental na cadeia de produção da carcinicultura no Brasil. RESR, Piracicaba, v. 57, n. 1, p. 93-108, mar. 2019.
TEECE, D. J. Dosi’s technological paradigms and trajectories: insights for economics and management. Industrial and Corporate Change, v. 17, n. 3, p. 507-51, 2008.
TEECE, D. J. De mãos dadas: inovação aberta e a estrutura de capacidades dinâmicas. Revisão da Gestão Estratégica, v. 1, n. 2, p. 233-253, 2020.
Teece, D. J. (2020). Hand in glove: Open innovation and the dynamic capabilities framework. Strategic Management Review, v. 1, n. 2, 233–253
TIDD, H.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da inovação. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.
TIDD, H.; BESSANT, J. Gestão da inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
TIGRE, P. B. Gestão da inovação: a economia da tecnologia do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
TOLEDO, A. G. L.; CAMPOS, L. A. Trajetória da inovação sustentável no Brasil. Journal on Innovation and Sustainability, v. 12, n. 3, p. 24-40, ago. 2021.
TORRES, C. A. R.; INVERNIZZI, N. Spin-offs acadêmicas e seus determinantes exógenos: uma revisão sistemática da literatura recente. Revista Brasileira de Inovação, v. 21, 2022. https://doi.org/10.20396/rbi.v21i00.8666181.
VARGAS, S. M.; GONÇALO, C. R.; RIBEIRETE, F.; SOUZA, Y. S. Práticas organizacionais requeridas para inovação: um estudo em empresa de tecnologia da informação. Gestão & Produção, v. 24, n. 1, p. 221-235, 2017. https://doi.org/10.1590/0104-530X2161-16.
VERGARA, S. C. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2005. 287 p.
VIEIRA FILHO, J. E. R. V.; SILVEIRA, J. M. F. Competências organizacionais, trajetória tecnológica e aprendizado local na agricultura: o paradoxo de Prebisch. Economia e Sociedade, v. 25, n. 3, p. 599-630, mar. 2016. https://doi.org/10.1590/1982-3533.2016v25n3art4.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman. 2001.
ZAWISLAK, P. A.; TELLO-GAMARRA, J.; ALVES, A. C.; BARBIEUX, D.; REICHERT, F. M. The different innovation capabilities of the firm: further remarks upon the Brazilian experience. Journal of Innovation Economics, v. 13, n. 1, p. 129-150, Jan. 2014.
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Administração de Empresas em Revista, e-ISSN: 2316-7548
Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181