A MEDICINA CONTRIBUIU PARA A SEGREGAÇÃO RACIAL AMERICANA INSTITUCIONALIZADA?

Lourenço de Miranda Freire Neto, Priscila Luciene Santos de Lima, João Marçal Medeiros de Sousa, Clayton Leite de Moura

Resumen


OBJETIVO: Pretendeu-se aqui analisar o papel da medicina americana durante o período de segregação racial legalizada (vigência das leis Jim Crow ocorrida entre o fim do século XIX até 1965), de modo a verificar se e em qual medida a classe médica, as ciências médicas e as ações em saúde pública nos Estados Unidos contribuíram para o racismo institucionalizado.

MÉTODOS: Realizou-se uma revisão de literatura com levantamento de artigos científicos na base de dados Medline, utilizando-se combinações dos descritores (e de seus sinônimos em inglês) “Segregação racial”, “História da medicina”, “Ciência”, “Estados Unidos” e do termo “Jim Crow”. Em seguida, os artigosselecionados foram analisados com o apoio da obra Racismo Estrutural (Editora Pólen, 2019) escrita por Silvio Luiz Almeida.

RESULTADOS: As evidências trazem diversos exemplos de atitudes racistas por parte da medicina não apenas durante a vigência das leis Jim Crow, mas também antes e após sua aplicação. Entretanto, conforme o conceito de racismo estrutural permite compreender, as atitudes racistas perpetradas por médicos, instituições de saúde e ações de saúde pública foram não apenas ações de entes isolados, mas um reflexo do racismo inerente à sociedade americana. Afinal, mesmo com o fim da segregação racial legalizada, as marcas do racismo seguem presente na medicina e na sociedade americanas.

CONCLUSÕES: Mesmo uma das sociedades mais ricas do mundo não esteve livre de ter entre seus médicos pessoas que reforçaram atitudes destituídas de qualquer comprovação científica séria, como é o caso do racismo. Assim, é preciso que os médicos formados e em formação dominem não apenas conhecimentos específicos, mas também reflitam sobre estruturas sociais produtoras de doença, de modo a articular ações que transformem estas mesmas estruturas em prol não apenas dos pacientes, mas de toda a sociedade. 


Palabras clave


Segregação. História. Medicina. Estados Unidos. Ciência.

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DOI: http://dx.doi.org/10.21902/Revrima.v1i30.5360

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Revista Relações Internacionais do Mundo Atual e-ISSN: 2316-2880

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