A ÉTICA E A FUNÇÃO SOCIAL PLURIDIMENSIONAL NAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS

Salim Reis DE SOUZA

Resumo


RESUMO

Partindo do pressuposto de que a ética se baseia, essencialmente, no respeito da pessoa humana. Será que essas tecnologias, associadas à maximização da eficiência negocial dos denominados Mercados Integrados respeitam a pessoa humana como destinatário final dos direitos que se originam da criação destes mercados?  Não há o risco de reduzir a pessoa humana a um mero objeto de manipulação na famosa busca da eficiência e da qualidade total do mundo dos negócios? O fato de ser hoje o portador de maior soma de conhecimentos leva o homem a reconhecer o caminho do seu dever com o próximo, com a sociedade e com o meio ambiente onde vive? Estes questionamentos precisam ser solucionados e analisados a luz da eticidade, da moral e dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana.  São perguntas que interessam a todas as pessoas e a comunidade em geral; mas particularmente aos sociólogos, psicólogos, jornalistas, filósofos, teólogos e também aos juristas; que hoje precisam dialogar, numa atitude interdisciplinar, com o seguinte objetivo: colocar o progresso tecnológico e o conjunto de normas reguladoras do mundo dos negócios a serviço da vida humana; da dignidade da pessoa humana como valores supremos de toda espécie de harmonia e convivência social. A partir de tanto, o presente artigo conclui que não se pode olvidar que o homem não foi feito para a sociedade ou para o Estado. É a sociedade que é feita para a pessoa humana, e desempenha papel vital na busca de sua felicidade individual ou em grupo; e tem a obrigação precípua de ajudá-lo a cumprir seu destino, que é de ordem moral e espiritual.

PALAVRAS-CHAVE: Direito Empresarial; Ética; Atividade Empresarial Contemporânea.

 

ABSTRACT

Based on the assumption that ethics is based, essentially, on the respect of the human person. Do these technologies, associated with the maximization of the negotiating efficiency of the so-called Integrated Markets, respect the human person as the ultimate recipient of the rights that originate from the creation of these markets? Is there not the risk of reducing the human being to a mere object of manipulation in the famous quest for efficiency and the total quality of the business world? Does being a bearer of greater knowledge today lead man to recognize his duty to his neighbor, to society and to the environment in which he lives? These questions need to be solved and analyzed in the light of ethics, morality and Fundamental Rights of the Human Person. These are questions that concern all people and the community at large; but particularly to sociologists, psychologists, journalists, philosophers, theologians and also jurists; who today need to dialogue, in an interdisciplinary attitude, with the following objective: to put technological progress and the set of regulatory norms of the business world at the service of human life; of the dignity of the human person as supreme values of all kinds of harmony and social coexistence. From this, the present article concludes that it can not be forgotten that man was not made for society or for the State. It is society that is made for the human person, and plays

KEYWORDS: Business Law; Ethic; Contemporary Business Activity


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