INDÚSTRIA E BIODIVERSIDADE NO BRASIL: O NOVO MARCO REGULATÓRIO SOBRE O USO SUSTENTÁVEL DA BIODIVERSIDADE

Keyla Ketlyn Passos PIMENTA, Adriana BIN, Sergio Luiz Monteiro SALLES FILHO

Resumo


Objetivo: Este artigo tem por objetivo descrever a trajetória das políticas públicas sobre o uso sustentável da biodiversidade pela indústria no Brasil, bem como analisar o atual cenário regulatório nacional e suas implicações para a indústria brasileira.

Métodos: Para tanto, por meio de uma abordagem hipotético dedutiva, são analisadas a legislação e a literatura científica relacionada.

Contribuições: As principais contribuições deste trabalho são (i) a descrição organizada da evolução das políticas públicas sobre o tema, (ii) a demonstração do estabelecimento de uma nova dinâmica para os investimentos em pesquisa, produção e comercialização de produtos oriundos da biodiversidade brasileira devido à aprovação do Novo Marco Regulatório sobre o uso sustentado da biodiversidade no desenvolvimento de bens e serviços entre o final de 2015 (Lei 13.123/2015) e início de 2016 (Decreto 8772/2016), e (iii) a exposição de gargalos na legislação.


Palavras-chave


Biodiversidade; Indústria; Patrimônio Genético; Conhecimento Tradicional Associado; Repartição de Benefícios.

Texto completo:

PDF

Referências


ADAMOWICZ, M. Bioeconomy-Concept, Application and Perspectives. Problems of Agricultural Economics, v. 1, n. 350, 2017.

ASSAD, A. L. D.; SAMPAIO, M. J. A. Acesso a Biodiversidade e Repartição de Benefícios: perspectivas futuras e sugestões de ação para o Brasil. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos – CGEE, 2005.

BRASIL. Decreto nº 8.772, de 11 de maio de 2016. Regulamenta a Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 mai. 2016.

BRASIL. Decreto nº 2.519, de 16 de março de 1998. Promulga a Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada no Rio de Janeiro, em 05 de junho de 1992. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 mar. 1998.

BRASIL. Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 14 mai. 2015.

BRASIL. Medida Provisória nº 2.186-16, de 23 de agosto de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 ago. 2001.

BRITO, A. C. L.; POZZETTI, V. C. Biodiversidade, conhecimentos tradicionais associados e repartição de benefícios. Derecho y cambio social, abr. 2017.

CARVALHO, C. R. C.; LELIS A. G. S. Conhecimento tradicional: saberes que transcendem o conhecimento científico. Direito ambiental III. Publicação resultante dos anais do XXIII CONPEDI/UFPB. João Pessoa, 2014.

CONSELHO DE GESTÃO DO PATRIMÔNIO GENÉTICO (CGEN). Publicação comemorativa do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético: 10 anos, 100ª reunião CGEN. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em < http://www.mma.gov.br/publicacoes/patrimonio-genetico>, acesso em 4 de jun. 2018.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (CNI). Acesso e repartição de benefícios no cenário mundial: a lei brasileira em comparação com as normas internacionais. GSS Sustentabilidade e Bioinovação, Natura Inovação e Tecnologia de Produtos. Brasília: CNI, 2017.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (CNI). Biodiversidade: as oportunidades do uso econômico e sustentável. Brasília: CNI, 2018.

CORADIN, L.; TAFURI, A.; DUARTE, L. (Orgs.). Diretrizes para o engajamento do setor empresarial com a biodiversidade: para a promoção de ações voluntárias por entidades empresariais, visando a conservação e o uso sustentável da biodiversidade. Brasília: MMA, 2012. Versão original em japonês, publicada em 2009 pelo Ministério do Meio Ambiente do Japão.

DALY, H. E.; COBB, J. B. For the common good: redirecting the economy toward community, the environment, and a sustainable future. Boston: Beacon Press, 1989.

FERES, M. V. C.; CUCO, P. H. O.; DE FREITAS MOREIRA, J. V. As Origens do Marco Legal da Biodiversidade: As Políticas de Acesso e Remessa. Revista da Faculdade de Direito da UFG, v. 42, n. 3, p. 35-64, 2018.

FERRO, A. F. P.; BONACELLI; M. B.; ASSAD, A. L. D. Oportunidades tecnológicas e estratégias concorrenciais de gestão ambiental: o uso sustentável da biodiversidade brasileira. Gestão e Produção. v.13, n.3, p.489-501, set.-dez. 2006.

GLEW, D.; LOVETT, P. N. Life cycle analysis of shea butter use in cosmetics: from parklands to product, low carbon opportunities. Journal of Cleaner Production. Jan, 2014.

GROSS, A. R. Diálogo sobre o Protocolo de Nagoia entre Brasil e União Europeia. Brasília: MMA, 2013.

G8 ENVIRONMENT MINISTERS MEETING. Kobe Call for Action for Biodiversity. Kobe, Japan, May 24-26, 2008.

HANLEY, N.; PERRINGS, C. The economic value of biodiversity. Annual Review of Resource Economics, v. 11, p. 355-375, 2019.

LOCKHART, J.; MANNIX, F. Natural capital: the backdrop. Land Journal. London, p. 6-8, 2019.

MOSSRI, B. B. Biodiversidade e Indústria: informações para uma gestão responsável. Brasília: CNI, 2012.

MOSSRI, B. B. A nova legislação de acesso ao Patrimônio Genético e aos conhecimentos tradicionais. Cienc. Cult., vol.67, n.2, pp.06-08, 2015.

MOZINI, L. M. Pantanal brasileiro: valor de uma área protegida vs. produção agrícola. Dissertação de Mestrado. Universidade de Aveiro. 2011.

MULLER, A. C.; MACEDO, M. F. Patentes de Fitomedicamentos: como garantir o compartilhamento dos bene¬fícios de P&D e do uso sustentável de recursos genéticos. Revista Fitos. Vol.1 nº 02, novembro, 2005.

OCDE. Avaliações de Desempenho Ambiental: Brasil. Resumo Executivo. Avaliações e recomendações. Reviews: Brazil 2015.

MINISTRÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Protocolo de Nagoia Sobre Acesso A Recursos Genéticos e Repartição Justa e Equitativa dos Benefícios Derivados de sua Utilização à Convenção Sobre Diversidade Biológica. Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica e Ministério do Meio Ambiente. Brasília: DPG/SBF/MMA, 42 p., 2014.

REICHMAN, J. H. Why the Nagoia Protocol to the Convention on Biological Diversity Matters to Science and Industry Everywhere. In: Intellectual Property and Development: Understanding the Interfaces. Springer, Singapore, 2019. p. 295-314.

SCARAMUZZA, C. A. M. (Cood.). 5º relatório nacional para a Convenção Sobre Diversidade Biológica. Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Brasília: MMA, 2016.

MMA, Ministério do Meio Ambiente. Protocolo de Nagoia sobre acesso a recursos genéticos e repartição justa e equitativa dos benefícios derivados de sua utilização à Convenção sobre Diversidade Biológica. Brasília: MMA, 2014.

SENAI. As empresas e a biodiversidade. Departamento Regional do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015.

SHIRAISHI NETO, J.; RIBEIRO, T. B. O.; RABÊLO, L. B. A proteção do Conhecimento Tradicional Associado à biodiversidade diante de um novo marco legal. Revista de Direito Econômico e Socioambiental, v. 9, n. 3, p. 161-184, 2018.

SIQUEIRA, L. N.; GARBACCIO, G. L.; ROHRMANN, C. A. Biodiversidade: o novo marco regulatório do acesso ao Conhecimento Tradicional Associado e a repartição de benefícios decorrente de sua exploração econômica. Revista de Direito da Cidade, v. 11, n. 2, p. 439-456, 2019.

TURCHI, L. M.; MORAIS, J. M. (Orgs.). Políticas de apoio à inovação tecnológica no Brasil: avanços recentes, limitações e propostas de ações/ organizadores. Brasília: Ipea, 2017.

UNITED NATIONS. Convention on Biological Diversity. Disponível em < https://www.cbd.int/convention/text/>. Acesso em 4 mar. 2020. 1992.

VIANA, J. P.; SILVA, A. P. M.; ROMA, J.C.; SACCARO JR. N. L.; SILVA, L. R.; SANO, E. E.; FREITAS, D. M. Avaliação do estado de conservação da biodiversidade brasileira: desigualdades entre regiões e unidades da federação. In: BOUERI, R; COSTA, M. A. (Eds.). Brasil em desenvolvimento 2013: estado, planejamento e políticas públicas. Brasília: IPEA, 2013.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Administração de Empresas em Revista, e-ISSN: 2316-7548

Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181

Licença Creative Commons

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.