AS EVIDÊNCIAS DE VIOLÊNCIA DENTRO DO SISTEMA PRISIONAL FEMININO: OBSERVAÇÕES DO PRESÍDIO SANTA LUZIA À LUZ DOS DIREITOS HUMANOS
Resumen
O presente trabalho busca realizar uma análise do sistema carcerário feminino alagoano, para identificação de violências praticadas no interior do sistema prisional, apresentando o atual método de aplicação de suas sanções, e as circunstâncias que ultrapassam as restrições de direitos para mulheres apenadas. Realizamos uma análise documental, utilizando o método quantitativo e qualitativo, a fim de traçar o perfil da mulher presa e a sua vivência no sistema carcerário alagoano, através de dados públicos, disponibilizados pelo Ministério da Justiça, Secretaria de Segurança Pública, bem como o relatório da Comissão de Inquérito Parlamentar – “CPI do Cárcere”. Além desses dados públicos, diversas fontes bibliográficas primárias e secundárias, a fim de sedimentar os dados estatísticos apresentados de forma dedutiva. Assim, apresentamos elementos que consubstanciam tratamentos desiguais (não justificados) entre homens e mulheres encarceradas, além dos problemas decorrentes do crescimento da população carcerária feminina. Ao final, utilizando como referência o local a unidade prisional Santa Luzia, confirmamos os problemas nacionais descritos no âmbito nacional, em regra, decorrentes de incipientes políticas públicas que atendam as demandas inerente ao gênero abordado.
Palabras clave
Texto completo:
PDF (Português (Brasil))Referencias
ASSIS, Rafael Damaceno. A realidade atual do Sistema Penitenciário Brasileiro. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/3481/A-realidade-atual-do-sistema-penitenciario-brasileiro. Acesso em: 25 mar. 2021.
BATISTA, Wellington da Rocha. Sistema prisional brasileiro à luz do princípio da dignidade da pessoa humana e da lei de execução penal. Disponível em: https://facnopar.com.br/conteudo-arquivos/arquivo-2017-06-14-14974682133082.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021
BARCELLOS, Ana Paula de. Violência urbana, condições das prisões e dignidade humana. Revista de Direito Administrativo, v. 254, mai. 2010, p. 39-65. Disponível em: http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/8074. Acesso em: 25 mar. 2021.
BERTONCINI, Mateus Eduardo S. N.; MARCONDES, Thais Caroline A. A Dignidade da Pessoa Humana e os Direitos Humanos no Sistema Prisional Brasileiro. Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=ec1093fe1626f25b. Acesso em: 25 mar. 2021
BITENCOURT, Cezar Roberto. Falência da Pena de Prisão: causas e alternativas. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
BOARCCAECH, Alessandro. Os eleitos do cárcere. São Paulo: Porto de Idéias, 2009.
BORGES, Paulo César Corrêa. Direito penal democrático. São Paulo: Lemos e Cruz, 2005.
BRAGA, Ana Gabriela Mendes. A Identidade do Preso e as Leis do Cárcere. 2008. 215 f. Dissertação (Mestrado em Direito Penal) – Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, 2008.
BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Comissão Parlamentar de Inquérito do Sistema Carcerário. CPI Sistema Carcerário. Série Ação Parlamentar, n. 384. Brasília: Edições Câmara, 2009.
¬¬¬¬
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm . Acesso em: 25 mar. 2021.
BRASIL. Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm. Acesso em: 25 mar. 2021.
BRASIL. Lei Complementar nº 79, de 07 de janeiro de 1994. Cria o Fundo Penitenciário Nacional - FUNPEN, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp79.htm. Acesso em: 25 mar. 2021.
BRASIL. Lei n° 7.210 de 11 de julho de 1984. Lei de Execução Penal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm. Acesso em: 25 mar. 2021.
BRASIL. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias – INFOPEN - Mulheres. Brasília, 2018. Disponível em: http://depen.gov.br/DEPEN/depen/sisdepen/infopen-mulheres/infopenmulheres_arte_07-03-18.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021.
BRASIL. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias - INFOPEN.
Brasília, 2019. Disponível em: http://depen.gov.br/DEPEN/depen/sisdepen/infopen/relatorios-sinteticos/infopen-jun-2017-rev-12072019-0721.pdf . Acesso em: 25 mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. Mulheres Encarceradas: diagnóstico nacional. Brasília, DF: Ministério da Justiça, 2008a. 92 p. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_civel/cadeias/doutrina/Mulheres%20Encarceradas.pdf . Acesso em: 25 mar. 2021.
BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria de Assuntos Legislativos. Dar à luz na sombra: condições atuais e possibilidades futuras para o exercício da maternidade por mulheres em situação de prisão. Ministério da Justiça, Secretaria de Assuntos Legislativos. -- Brasília: Ministério da Justiça, IPEA, 2015.
BRASIL. Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos. Disponível em: D0592 (planalto.gov.br). Acessado em: 25 mar. 2021.
CANOTILHO, J.J. Gomes. Estado de Direito. Lisboa: Ed. Gradiva. 1999.
CARVALHO, Maria Isabel Cury Andrade de; CARDOSO, Guilherme Moraes. O feminino em cárcere: reflexões acerca do tratamento dado às mulheres pelo sistema prisional brasileiro. Revista Científica Eletrônica do Curso de Direito. ISSN: 2358-8551. 15. Ed., Janeiro, 2019. Disponível em: http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/teCTbHCzk5Prsfx_2019-2-28-14-42-54.pdf . Acesso em: 25 mar. 2021
CARVALHO, Salo. Penas e Garantias. 3. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008.
CENTRO PELA JUSTIÇA E PELO DIREITO INTERNACIONAL - CEJIL et al. Relatório sobre mulheres encarceradas no Brasil. Brasília, 2007. Disponível em: Disponível em: http://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2013/02/Relato%CC%81rio-para-OEA-sobre-Mulheres-Encarceradas-no-Brasil-2007.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. CNJ. Regras de Mandela. Regras Mínimas das Nações Unidas para o Tratamento de Presos. Brasília, DF. 2016. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/2016/05/39ae8bd2085fdbc4a1b02fa6e3944ba2.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021.
COSTA, Elaine Cristina Pimentel. Enfim, a Liberdade: as mulheres e a vivência pós-cárcere. 2011. 264 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Programa de Pós-graduação em Sociologia, Universidade Federa de Pernambuco, 2011.
CURY, Jessica Santiago; MENEGAZ, Mariana Lima. Mulher e o Cárcere: Uma História de Violência, Invisibilidade e Desigualdade Social. Disponível em: http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1499469506_ARQUIVO_ArtigoFazendoGenero-enviar.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
FOUCAULT, Michel. O sujeito e o poder. In: RABINOW, Paul; DREYFUS, Hubert. Michel Foucault: uma trajetória filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica. Trad. Vera Portocarrero. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento das prisões. Trad. Raquel Ramelhete. 42. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
GALTUNG, Johan. “Violence, Peace, and Peace Research”. Journal of Peace Research, Vol. 6, nº 3, pp. 167-191. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2021.
GOFFMAN, Erving. Manicômios, prisões e conventos. Trad. Dante Moreira Leite. São Paulo: Perspectiva, 1974.
GONÇALVES, Mileny. Uma breve análise histórica da pena de prisão e a mulher no Cárcere. Disponível em: https://milenyvg.jusbrasil.com.br/artigos/549846929/uma-breve-analise-historica-da-pena-de-prisao-e-a-mulher-no-carcere. Acesso em: 25 mar. 2021
GRECO, Rogério. Curso de Direto Penal: parte geral. 19. ed. Niterói-RJ: Impetus, 2017, vol. 1.
GRECO, Rogério. Direito penal do equilíbrio: uma visão minimalista do direito Penal. 6. ed. Niterói, RJ: Impetus, 2011.
GRECO, Rogério. Sistema Prisional: colapso atual e soluções alternativas. 4. ed. Niterói- RJ: Impetus, 2017.
MACHADO, Ana Elise B.; SOUZA, Ana Paula dos R.; SOUZA, Mariani C. de. Sistema Penitenciário Brasileiro – Origem, Atualidade e Exemplos Funcionais. Revista do Curso de Direito da Faculdade de Humanidades e Direito. v. 10, 2013, pp. 201-212. Disponível em: http://www.bibliotekevirtual.org/index.php/2013-02-07-03-02-35/2013-02-07-03-03-11/283-rcd/v10n10/2279-v10n10a09.html. Acesso em: 25 mar. 2021.
MEMENTO, Luiz Carlos. A violação dos direitos humanos no sistema prisional brasileiro e sua influência na reincidência criminal. Disponível em: https://www.fadiva.edu.br/documentos/jusfadiva/2017/08.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021.
NUNES, Wanderlan da Silva. Os direitos humanos e o caos no sistema penitenciário brasileiro. Revista Científica Semana Acadêmica. Nº. 125, ano MMXVIII, Fortaleza. Junho, 2018. Disponível em: https://semanaacademica.org.br/artigo/os-direitos-humanos-e-o-caos-no-sistema-penitenciario-brasileiro. Acesso em: 25 mar. 2021
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Disponível em: https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/declaracao/. Acesso em: 25 mar. 2021.
ONU. Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969. Disponível em: http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/sanjose.htm. Acesso em: 25 mar. 2021.
ONU. Regras das Nações Unidas para o tratamento de mulheres presas e medidas não
privativas de liberdade para mulheres infratoras (Regras de Bangkok). Disponível em: http://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2012/09/Tradu%C3%A7%C3%A3o-n%C3%A3o-oficial-das-Regras-de-Bangkok-em-11-04-2012.pdf. Acesso em: 25 mar. 2021.
PASTI, Nayara Moreira Lisardo. A reconstrução da identidade das mulheres presas em estabelecimentos prisionais que aplicam o Método APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados). Disponível em: http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1434379258_ARQUIVO_Textocompleto.ANPUH2015.NayaraPasti.rev02.pdf . Acesso em: 25 mar. 2021
RAMALHO, José Ricardo. Mundo do crime: a ordem pelo avesso. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2008.
SÁ, Alvino Augusto de. Criminologia Clínica e Psicologia Criminal. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.
SALLA, Fernando. As rebeliões nas prisões: novos significados a partir da experiência brasileira. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, n. 16, jul/dez 2006, p. 274-307. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517-45222006000200011&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 25 mar. 2021
SANTORO, Antonio Eduardo R.; PEREIRA, Ana Carolina A.; LARA, Maíra B. de. Gênero e Prisão: O Encarceramento de Mulheres no Sistema Penitenciário Brasileiro pelo Crime de Tráfico de Drogas. Meritum. v. 13, n. 1, Jan./Jun. 2018, p. 87-112. Disponível em: http://www.fumec.br/revistas/meritum/article/view/5816. Acesso em: 25 mar. 2021
SANTOS, Jahyra Helena P. dos; SANTOS, Ivanna P. dos. Prisões: Um Aporte sobre a Origem do Encarceramento Feminino no Brasil. Disponível em: http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=c76fe1d8e0846243. Acesso em: 25 mar. 2021.
SARLET. Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais na Constituição Federal de 1988. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.
SCHERER, Zeyne Alves Pires; SCHERER, Edson Arthur. Concepções e Vivências de Mulheres Encarceradas sobre a Violência. Cogitare Enfermagem, vol. 14, n. 3, Jul.-Set., 2009, pp. 435-440. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/16160. Acessado em: 25 mar. 2021
SILVA FILHO, Manuel Bernardino. Saúde nas prisões: uma análise constitucional da (in)efetividade dos direitos sociais atrás das grades. 173f. Tese (Mestrado em Direito) –Programa de Pós-graduação em Direito, Universidade Federal de Alagoas, 2011.
THOMPSON, A. A questão penitenciária. 2. ed. Rio de janeiro: Forense, 1980.
DOI: http://dx.doi.org/10.21902/Revrima.v2i35.5607
Enlaces refback
- No hay ningún enlace refback.
Revista Relações Internacionais do Mundo Atual e-ISSN: 2316-2880
Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181