REGULANDO O COMPLIANCE NO SETOR PORTUÁRIO: AS QUESTÕES LEVANTADAS A PARTIR DA APLICAÇÃO DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE NO PORTO DO ITAQUI

PAULO ROBERTO BARBOSA RAMOS, DAVID ELIAS CARDOSO CÂMARA

Resumo


A ampliação dos mecanismos institucionais de combate a corrupção promovida pela Constituição vigente e pelas normas infralegais são resultados de significativas influências internacionais advindas, principalmente, da necessidade de contrapor a realidade de riscos e mitigar a eventual perda de mercados, historicamente observáveis a partir do advento do Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), legislação americana que impôs às pessoas jurídicas públicas, procedimentos internos de integridade e monitoramento pautados na perspectiva preventiva da corrupção (comply or explain), o chamado compliance. Pautado nessa premissa, as empresas públicas brasileiras passaram a institucionalizar mecanismos de integridade, a fim de prevenir potenciais danos. Sob essa ótica, o presente trabalho científico busca investigar as políticas de mitigações de riscos adotados pelo Porto do Itaqui, mais especificamente após a deflagração da Operação Draga – a investigação objetivou apurar fraude na licitação, execução e fiscalização da obra de dragagem no complexo portuário. Para tanto, adota-se o método de abordagem indutivo, de viés qualitativo, pautado no procedimento monográfico, comparativo e sócio-jurídico-crítico, de ordem exploratória.


Palavras-chave


Compliance; Integridade; Corrupção; Empresa Estatal; Porto do Itaqui.

Texto completo:

PDF

Referências


BASAVE, A. Mexicanidad o esquisfrenia. Mexico: Océano, 2011, p. 357.

BATISTA, Paulo Nogueira. O Consenso de Washington: a visão neoliberal dos problemas latino-americanos. In: LIMA SOBRINHO, Barbosa et al. Em Defesa do Interesse Nacional: Desinformação e Alienação do Patrimônio Público. São Paulo: Paz e Terra, 1994.

BLOCK, Marcella. Nova Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013) e o Compliance. Revista de Direito Bancário e Mercado de Capitais. v. 65, p. 263 – 302, jul., 2014.

CAMPOS, Francisco de Assis Oliveira; PEREIRA, Ricardo A. de Castro. Corrupção e ineficiência no Brasil: uma análise de equilíbrio geral. Revista de Estudos Econômicos, São Paulo, v. 46, n.2, p. 373-408, abr./jun. 2016.

CANDEAS, Ana Paula Lucena Silva. Os Valores recomendados pelo Banco Mundial para os Judiciários nacional. Revista da Associação dos Magistrados Brasileiros: Cidadania e Justiça, Brasília, v. 7, n. 13, p. 21-43, 1 sem., 2004. Disponível em: https://cpj.amb.com.br/wp-content/uploads/2021/04/Revista-2004-cidadania-e-justica.pdf. Acesso em: 30 mar. 2020.

COOPERATIVE, KPMG International. Pesquisa Maturidade Compliance no Brasil. Ed. 2. 2017.

CUNHA, Ary Ferreira. Combate à corrupção: da teoria à prática. Lisboa: Quid Juris. 2015.

DAKOLIAS, Maria. O Setor Judiciário na América Latina e no Caribe: elementos para reforma. Documento Técnico nº 319. Washington: Banco Mundial, 1996. Disponível em: https://www.anamatra.org.br/attachments/article/24400/00003439.pdf. Acesso em: 12 out. 2020.

DARÓS, Vilson. Papel facilitador da Corregedoria-Geral para uma justiça célere, eficaz e de qualidade. 2008. Dissertação (Mestrado em Direito) – Fundação Getúlio Vargas - Rio. Rio de Janeiro, 2008. 122.

DINIZ, Isadora Moraes; RAMOS, Edith Maria Barbosa. O controle externo do Poder Judiciário: limites e possibilidades do conselho nacional de justiça. Revista de Política Judiciária, Gestão e Administração da Justiça. Belo Horizonte, v.1, n.2, p. 212-231, jul./dez., 2015.

FREITAS, Vladimir Passos de. Corregedorias do Poder Judiciário. São Paulo : Editora dos Tribunais, 2003.

GIANNAKOPOULOS, Angelos; MARAS, Konstadinos; TÄNZLER, Dirk. The Social Construction of Corruption in Europe. Surrey: Ashgate Publishing, 2012, p. 45.

JOHNSTON, M. Syndromes of Corruption: Wealth, Power and Democracy. New York: Cambridge University Press, 2006, p. 214.

KLITGAARD, R. Controlling Corruption. Berkeley: University of California Press, 1988.

LEYS, C. What is the problem about corruption? In: HEIDENHEIMER, Arnold (org.). Political Corruption: A Handbook. New Brunswick: Ed. Transaction Publishers, 1993.

LOMNITZ, C. Vícios públicos, virtudes privadas: la corrupción en México. Ciudad de Mexico: Ed. do Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social Miguel Ángel Porrúa, 2000.

MORAN, J. Patterns of corruption and development in East Asia. In: Public Sector Corruption, vol. 1, Michael Johsnton (org.). Londres: Ed. Sage, 2011, p. 28.

MYRDAL, Gunnar. Asian Drama: An Inquiry into the Poverty of Nations. New York: Vintage Books, 1972, p. 72.

PASSOS, Clotilde. Governo das Sociedades: diagnóstico da situação em Portugal. Revista Gestão e Desenvolvimento, Braga, n. 25, p. 121-147, 2017.

PIRES, Ana Isabel Marinho. Impacto da Lei Sarbanes. Oxley no Sistema de Controle Interno das empresas cotadas nos EUA – O caso Português. 2008. Dissertação (Mestrado em Contabilidade e Auditoria), Universidade Aberta, Lisboa. 2008.

ROSE-ACKERMAN, S. Greed, Corruption, and the Modern State: Essays in Political Economy. Londres: Edward Elgar Publishing. 2015, p. 28.

BALLESTEROS, I.E.S. Enfoque de la corrupción estructural: poder, impunidad y voz ciudadana. Revista Mexicana de Sociologia, n.1. Ciudad de Mexico: Ed. da Universidad Nacional Autónoma de México-Instituto de Investigaciones Sociales, 2016, p. 119-152.

BALLESTEROS, I. E. S. Transparency under dispute: Public relations, bureaucracy and democracy in Mexico. PADIDEH, Ala’i; VAUGHN, Robert (orgs.). Research Handbook on Transparency. Londres: Ed. Edward Edgar Publishing. 2014, p. 104.

SANTOS, Diogo De Almeida Viana Dos. Compliance e Legislação Anti-Corrupção: Uma perspectiva Comparada. Revista Brasileira de Filosofia do Direito, v. 4, n. 1, p. 260-281, jan./jun., 2017.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Administração de Empresas em Revista, e-ISSN: 2316-7548

Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181

Licença Creative Commons

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.