A justificativa moral da força A influência da moral cristã na justificativa moral da força na ONU

Joyce Costa Kelly

Resumo


Nas Relações Internacionais, as questões da guerra e da paz geram diversas discussões e é objeto de estudo de várias perspectivas teóricas. Dentre as justificativas dadas às ações em favor da paz ou da guerra, a moral é, em alguns casos, considerada uma variável importante, a ser avaliada no cálculo político. No centro do debate a cerca da moral, diversas questões são colocadas, entre elas, está o valor de cada indivíduo e o respeito à vida. A raiz desse pensamento remonta o campo religioso, filosófico e político que considera essas questões como universalmente válidas. Diante dessas questões, o presente artigo tem como objetivo analisar a raiz religiosa do pensamento moral ocidental e entender a influência desse pensamento na justificativa moral da força nas Nações Unidas.

Palavras-chave


Moral. Guerra. Paz.

Texto completo:

PDF

Referências


AGOSTINHO, Bispo De Hipona. A cidade de Deus. Fundação Calouste Gulbenkian, 1996.

AMSTUTZ, Mark R. International ethics: concepts, theories, and cases in global politics. Rowman & Littlefield Publishers, 2013.

BROWN, Chris, et al. International Relations in Political Thought: Texts from the Ancient Greeks to the First World War. UK: Cambridge, 2002.

BROWN, Peter; NOGUEIRA, Eduardo Lúcio; BARATA, Saúl. A ascensão do cristianismo no Ocidente. Lisboa: Presença, 1999

CARVALHO, Guilherme Vilela Ribeiro de et al. Cosmovisão cristã e transformação. Viçosa: Ultimato, 2006.

CAPITANIO, Caryne Abbade, et al. “Ética e moral em Santo Agostinho: Uma análise da deontologia agostiniana com fulcro em três célebres obras do autor-Confissões, Livre-Arbítrio e Cidade de Deus. Revista Quaestio Iuris vol.05, nº 01. p. 124-143. 2012

DE JESUS, Diego Santos. O baile do monstro: o mito da paz de Vestfália na história das relações internacionais modernas. História vol.29 no.2 França,2010

FERREIRA, João José Brandão. Pacifismo. Nação e Defesa, 1990.

FERREIRA, C. Direitos Humanos e cristianismo: a igualdade entre os homens e o princípio da universalidade. Carta Internacional (USP), v. 4, p. 82-88, 2009.

FINDLAY, Trevor. The Use of Force in UN Peace Operations. Oxford: Oxford University Press, 2002.

FOX, Jonathan. Religion as an Overlooked Element of International Relations. International Studies Association. U.S.A., 2001, p. 53-73.

GASDA, Élio Estanislau. Política, Cristianismo e Laicidade. Perspectiva Teológica, v. 47, n. 132, p. 55, 2015.

GENTRY, Caron E.; ECKERT, Amy E. (Ed.). The future of just war: new critical essays. University of Georgia Press, 2014.

HAYNES, Jeffrey. An Introduction to International Relations and Religion. Malaysia: Pearson Longman, 2007

HURD, Elizabeth Shakman. The politics of secularism in international relations. Princeton University Press, 2009.

IWASHITA, Pedro K. Moral e ética cristã: caminho de sabedoria em um mundo fluido e em conflito. Revista de Cultura Teológica. v. 22, n. 84, p. 324-335, 2014.

KOKOSALAKIS, Nikos. Legitimation, Power and Religion in Modern Society. Sociological Analysis. 46, 1985, p. 367-376.

LEWIS, C.S. Cristianismo puro e simples. Aliança Biblica Universitária do Brasil, São Paulo, 1992.

LOOBUYCK, Patrick. The moral requirement in theistic and secular ethics. The Heythrop Journal, v. 51, n. 2, p. 192-207, 2010.

MOURA, Paulo Hamurábi Ferreira. Os fundamentos ético-morais da paz no de civitate dei de Santo Agostinho e sua contribuição para a atual construção da paz. Tese de Doutorado. PUC-Rio, 2009.

OLIVEIRA, Ariana Bazzano. O percurso do conceito de paz: de Kant à atualidade I Simpósio de Relações Internacionais do programa de pós graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas (UNESP, UNICAMP E PUC-SP) 12 a 14 de novembro de 2007.

PAULO, Alexandre Ribas. A formação do pensamento político na Europa ocidental nos primeiros séculos da era cristã. Sequência: Estudos Jurídicos e Políticos, v. 25, n. 49, p. 33-52, 2004.

PATTERSON, Eric (ed.). Ethics beyond War’s End (Washington, DC: Georgetown University Press, 2012.

PATTERSON, Eric D. Ending Wars Well : Order, Justice, and Conciliation in Contemporary Post-Conflict. Cumberland, US: Yale University Press, 2013.

PEREIRA, Rosalie Helena de Sousa. Agostinho de Hipona: considerações sobre o mal e temas correlatos em De libero arbítrio. Veritas (Porto Alegre), v. 58, n. 3, p. 567-597, 2014.

PIRATELI, Marcos Roberto; PEREIRA MELO, José Joaquim. Definições de livre arbítrio e Graça em Agostinho de Hipona: Subsídios para a moral na antiguidade cristã. Anais da jornada de Estudos antigos e Medievais, Universidade Estadual de Maringá, 2011.

PHILPOTT, Daniel. The Religious Roots of Modern International Relations. World

Politics, 52, 2000, p. 206-245.

RITTBERGER, Volker, Bernhard Zangl e Andreas Kruck. International Organization 2nd Edition . New York: Palgrave Macmillan, 2012.

RIBEIRO, Raíssa Pacheco da Rocha. Intervenção humanitária e a doutrina da responsabilidade de proteger. Dissertação de Mestrado. Coimbra, 2015.

SARAIVA, Rodrigo Motta. Legítima defesa ou represália? O uso da força no conflito armado de 2001 no Afeganistão. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, 2009.

SOARES, Pedro Gustavo Cavalcanti. Um coeficiente religioso nas teorias das Relações Internacionais? : Paradigmas teóricos e soft power. Caderno de Relações Internacionais, v. 3, n. 5, 2012.

SOUZA, Wendell Carlos Guedes de. Das intervenções interacionais à responsabilidade de proteger: análise das justificativas políticas, morais e jurídicas dadas às operações bélicas para proteção dos direitos humanos Dissertação (Mestrado) - UFPB/CCHLA João Pessoa, 2016.

SHARMA, Serena K. Reconsidering the jus ad bellum/jus in bello distinction. Jus Post Bellum. Towards a Law of Transition from Conflict to Peace. TMC Asser Press, The Hague, p. 9-30, 2008.

SNYDER, Jack L. (Ed.). Religion and international relations theory. Columbia University Press, 2011.

TEIXEIRA, Joaquim. A filosofia moral de São Tomás de Aquino. Faculdade de Ciências Humanas/Universidade Católica Portuguesa. didaskalia xxxvii pg 345-361. Lisboa, 2007.

TESÓN, Fernando R. The liberal case for humanitarian intervention. In: HOLZGREFE, J. L.; KEOHANE, Robert (Ed.). Humanitarian intervention: Ethical, legal, and political dilemmas. Cambridge: Cambridge University Press, 2003, p. 118-119.

THOMAS, Scott M. The Global Resurgence of Religion and the Transformation of International Relations – The struggle for the Soul of the Twenty-first Century. New York/Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2005.

UNITED NATIONS. Charter of United Nations: Preamble. New York, (1945). Disponível em: . Acesso em: 25 de junho de 2017.

VAHL, Matheus Jeske. A relação entre consciência moral e ordem política na obra “De Civitate Dei” de Santo Agostinho. Seara Filosófica, n. 8, 2014.

VICENTE, João. O direito à Guerra Justa. Revista Militar, p. 363-373, 2006.

WATSON, Adam. A Evolução da Sociedade Internacional: Uma Análise Histórica Comparativa. Brasília: UnB, 2004.

WOLKMER, Antonio Carlos. O pensamento Político Medieval: Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. In: WOLKMER, A. C. (Org.). Introdução à história do pensamento político. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.

WOODS JR., Thomas E. Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental. São Paulo: Quadrante, 2008.




DOI: http://dx.doi.org/10.21902/Revrima.v4i29.4722

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Revista Relações Internacionais do Mundo Atual e-ISSN: 2316-2880

Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181

Licença Creative Commons

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.