ACUMULAÇÃO E REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA VIOLÊNCIA HOMICIDA EM ALAGOAS

Bruno Cavalcante Leitão Santos, Francisco de Assis de França Júnior, Lara Amorim Secco, Mirna Ludmila Lopes Castanha de Souza

Resumo


A pesquisa debruçou-se na teoria da representação social e na teoria da acumulação social da violência, trazendo como hipótese a existência de resquícios de violência coronelista, somada à violência causada pelos grupos de extermínio e à violência institucionalizada, não deixando de observar também a permanência do estado de Alagoas com o pior IDH dentre os estados brasileiros, nos últimos dois censos do IBGE. O método utilizado foi o hipotético-dedutivo, qualitativo, quantitativo e revisão bibliográfica, uma vez que os dados das ocorrências dos crimes violentos intencionais no ano de 2019, contabilizados pela Secretaria de Segurança do Estado, foram analisados em buscar de investigar informações pertinentes às vítimas e às circunstâncias do crime, como o sexo e a idade da vítima, o bairro em que ocorreu o crime, a tipificação penal que foi atribuída e a forma empregada para consumação do crime. Conclui-se que a propagação da violência no estado de Alagoas advém de uma série de acontecimentos históricos violentos, juntamente com o crescimento desenfreado da população, os altos índices de vulnerabilidade, pobreza e a contribuição estatal para a existência de ambientes criminógenos.


Palavras-chave


Coronelismo; Acumulação social da violência; Representação social

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DOI: http://dx.doi.org/10.21902/Revrima.v2i31.5390

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