O RISCO DA DESINFORMAÇÃO E O PAPEL DOS LÍDERES MUNDIAIS NO COMBATE À PANDEMIA DA COVID-19

MARIA DA CONCEIÇÃO LIMA MELO ROLIM

Resumo


OBJETIVOS DO TRABALHO

 

O trabalho é apresentado à disciplina Filosofia de Liderança ofertada pelo IPCA-PT, e tem como objetivo analisar e entender a relevância que o posicionamento a difusão de informações por parte dos líderes mundiais assume no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Assim, partindo-se de uma perspectiva filosófica e sociológica, pretende-se demonstrar a relevância que a adoção de posicionamentos que se mostram em consonância com a ciência possuem para o sucesso no combate ao coronavírus.

 

METODOLOGIA UTILIZADA

 

O método de pesquisa aplicado fora o dedutivo, com abordagem qualitativa e pesquisa a respeito da bibliografia mais recente sobre a temática. Para chegar a conclusão e solução da problemática, tomou-se como ponto de partida premissas estruturadas de forma lógica e racional, bem como fatos noticiados no período da pandemia.

 

REVISÃO DE LITERATURA

 

Para Yuval Noah Harari (2020, p. 4), historiador israelense, “a melhor defesa que os seres humanos têm contra patógenos não é o isolamento, mas a informação”. O autor não nega, contudo, a relevância que as medidas de isolamento social possuem para evitar a propagação de doenças (fato que é cientificamente incontestável), mas atribui ao poder da análise científica a principal razão pela qual os humanos vêm vencendo, a longo prazo, a guerra contra os patógenos.

A título exemplificativo, na década de 1970, a erradicação da varíola só foi possível ante a vacinação de toda a população mundial (HARARI, 2020) – uma constatação que, por si só, prova que a única saída em meio a uma catástrofe pandêmica é a difusão da importância dos métodos cientificamente comprovados de combate à doença (incluindo-se o mais efetivo de todos, a vacinação). Então, por que tem sido tão difícil encontrar uma saída da atual pandemia da Covid-19, mesmo com o desenvolvimento em tempo recorde de antígenos? Por que estão surgindo novas variantes e, consequentemente, determinadas novas medidas de isolamento social em países como China e Austrália? (G1, 2021).

A resposta é uma: a desinformação. Não obstante todos os métodos científicos que vêm sendo desenvolvidos com o objetivo de erradicar a doença e, ainda, o acesso à informação que nunca foi tão facilitado, “a humanidade enfrenta uma crise aguda não apenas por causa do coronavírus, mas também pela falta de confiança entre seres humanos.” (HARARI, 2020, p. 9). Em meio a atual crise, líderes políticos ao redor do globo não buscaram cooperar, mas, de forma deliberada, decidiram que era o momento de pôr a prova a confiança nas instituições e na ciência.

Como consequência, apesar da disponibilidade de imunizantes, muitos deixam de se vacinar e vacinar seus dependentes (especialmente em Países como os Estados Unidos) e não se dá a credibilidade necessária à utilização de equipamentos de proteção individual em ambientes com risco de contaminação. Surgem movimentos “anti-máscara”, alegações de que a vacina seria responsável pela implantação de “microchips” para vigiar a população e, o que é pior: nega-se o potencial violento que o vírus possui (algo que apenas o fortalece, como comprova o recente aparecimento da variante delta).

São tempos difíceis. Rejeita-se a responsabilidade coletiva que todos, sem exceção, possuem em buscar medidas protetivas; utiliza-se, ainda, uma falsa argumentação de suposta ofensa à liberdade individual por conta do programa de vacinação. Não obstante, há muito os direitos fundamentais de 1ª geração já sofreram uma evolução natural que compreende, cada vez mais, o ser humano como um ser plural, componente de uma sociedade globalizada, para além do entendimento clássico individualista. É nesse contexto que se mostra cada vez mais necessária a união entre os povos.

Principalmente, é preciso responsabilizar os líderes mundiais pelas suas atitudes no combate à pandemia da Covid-19, pois a eles é dado o papel fundamental de difundir informações verídicas que irão mobilizar as nações nessa luta. Como exemplo, louvável fora o discurso da primeira-ministra alemã Angela Merkel, que “fez questão de dizer claramente que a doença era grave e que todos deveriam levá-la a sério. Não inventou culpados nem quis trazer alguma cura milagrosa.” (PERNISA JÚNIOR, 2021, p. 4). Não há espaço para covardia, nem para posturas de desinformação, se objetivo é superar mais uma epidemia global. É preciso liderar.

 

RESULTADOS OBTIDOS OU ESPERADOS

 

A partir da análise da bibliografia mais recente coletada sobre a pandemia, bem como das notícias mais atuais sobre o assunto, foi possível obter, como resultado esperado, a constatação de que as informações disseminadas pelos líderes mundiais possuem papel fundamental no combate ao coronavírus. Países com posicionamentos cientificamente comprovados vêm obtendo maior sucesso no enfrentamento à pandemia. Outrossim, por se tratar de um problema mundial, verificou-se que é necessária uma cooperação internacional entre esses líderes para que se possa superar a atual crise.

 

TÓPICOS CONCLUSIVOS

 

Em conclusão, a humanidade vem enfrentando um de seus momentos mais decisivos. Somente com confiança, solidariedade, união e informação difundida de forma responsável a nível global é que será factível encontrar uma saída para pandemia da Covid-19. Cabe a cada cidadão exigir posicionamentos de seus líderes e, individualmente, buscar a difusão de fatos comprovadamente e cientificamente relevantes.


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Referências


G1. China tentar conter novo foco de Covid; Austrália estende lockdown, 14 de setembro de 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/09/14/china-tenta-conter-novo-foco-de-covid.ghtml. Acesso em: 14. set. 2021.

HARARI, Yuval Noah. Na batalha contra o coronavírus, faltam líderes à humanidade. São Paulo: breve companhia – Companhia das letras, 2020.

PERNISA JÚNIOR, Carlos. O papel dos líderes diante da pandemia de Covid-19. Revista Eletrônica de Comunicação Informação & Inovação em Saúde. v. 15, n. 2, 2021. Disponível em: https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/2189. Acesso em: 14 set. 2021.




DOI: http://dx.doi.org/10.21902/RevPercurso.2316-7521.v3i41.5544

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