A PERCEPÇÃO DE CONSUMIDORES QUANTO Á COMERCIALIZAÇÃO DE SEGUROS VIA INSURTECHS

Abstract

A indústria de seguros e previdência privada aberta complementar passa por transformações tecnológicas e regulatórias em seu modelo de comercialização e em suas estratégicas de consumo. Essas transformações tiveram início na crise financeira de 2008, por conta da provocação gerada pela desconfiança no tradicional setor financeiro mundial, abrindo uma porta para a criação de novos players no mercado financeiro, com o surgimento de empresas denominadas FinTechs - acrônimo utilizado para identificar a ligação entre os setores financeiros e tecnológicos, afetando posteriormente ao mercado segurador com o surgimento das InsurTechs, termo atribuído em razão da aplicação da tecnologia (technology) e seguros (insurance) (ANDRADE, 2019). O objetivo deste estudo é, portanto, identificar e analisar os desafios de consumidores na interação com empresas corretoras de seguros, a partir do surgimento das Insurtechs. Para tanto, utiliza-se como base a Teoria Unificada de Aceitação e Uso de Tecnologia (UTAUT2) (Venkatesh et al., 2003. A natureza da pesquisa é classificada como descritiva com abordagem qualitativa, via método de estudo de caso. Para levantamento de dados foi realizada a revisão sistemática da literatura acerca do objeto de estudo, seguida pela seguida pela busca bibliográfica das teorias utilizadas e a realização de entrevistas com roteiro semi-estruturado junto ao público consumidor. Os dados foram analisados sob a ótica da Análise de Conteúdo. Os resultados das análises permitiram responder aos objetivos específicos de pesquisa confirmando modificações na comercialização de seguros a partir do surgimento das insurtechs. O setor de seguros atravessa um momento de transição tecnológica que impacta as relações entre consumidores e distribuidores. Ainda que o mercado seja considerado conservador, as mudanças tecnológicas trazem novas e positivas experiências para consumidores, demonstrando avanços para aquisições de produtos via insurtechs e tendência de compras online, com ofertas mais amplas e processos simplificados, gerando influência social positiva também em outros consumidores, especialmente os mais jovens. Hábitos de distribuição e consumo são percebidos na direção do mercado digital para produtos mais simples e para o mercado de corretores para produtos mais complexos. As insurtechs trazem riscos de desintermediação e exigências de reposicionamento estratégico de corretores neste cenário de transformação tecnológica com atuação mais digital, consultiva e proposta de serviços de relacionamento. As novas exigências e realidades tecnológicas mudam o modelo de negócios com base em reposicionamento do mercado, geração de novas oportunidades e comportamento digital. As principais barreiras identificadas da inovação para o mercado são a falta cultura e desconhecimento do consumidor, que pode ser superada com educação securitária.