JUSTIÇA RESTAURATIVA UMA PROPOSTA DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR NA POLÍTICA JUDICIÁRIA NACIONAL DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

Rosane Teresinha Carvalho PORTO, Rodrigo Cristiano DIEHL

Resumo


Objetivo: Verificar a rede de atendimento integral e multidisciplinar às mulheres de violência doméstica e familiar na Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres e propor as práticas da Justiça Restaurativa na promoção da cultura da paz como política pública.

Metodologia: Método dedutivo como método de abordagem, que se desenvolve sobre proposições gerais; a análise específica do acesso à justiça e da Justiça Restaurativa. Método de procedimentos histórico e monográfico; o aprofundamento do estudo realiza-se com base em pesquisa bibliográfica e documental, fundamentada em dados primários e secundários, como por exemplo, livro, artigos científicos, revistas e períodos qualificados dentro da temática proposta.

Resultados: Os resultados obtidos demonstraram que a partir da Resolução 225 do CNJ/2016, a Justiça Restaurativa foi institucionalizada tornando-se uma política pública no âmbito do Poder Judiciário, como uma via de Acesso à Justiça o enfrentamento a violência doméstica e intrafamiliar.

Contribuições: Como contribuição principal, o texto expõe, a Justiça Restaurativa como política Nacional no âmbito do Poder Judiciário, bem como no tratamento e adequação de conflitos.  Esta abordagem mostra-se essencial perante a cultura jurídica brasileira que segue a lógica punitiva, quando busca dar resposta aos comportamentos desviantes com a fábrica de leis, reduzindo o Direito a violação da lei.

Palavras-chave: Gênero; Justiça Restaurativa; Políticas públicas; Violência doméstica.

 ABSTRACT

 

Objective: To verify the comprehensive networks and multidisciplinary care forward women and family domestic violence in the National Judicial Policy to Combat Violence against Women, and to propose Restorative Justice practices in promoting the culture of peace as public politics.

Methodology: Deductive method as an approach method, which develops on general propositions; specific analysis of access to justice and restorative justice.  The historical procedure methods: the monographic and the deepening of the study is based on bibliographic and documentary research, based on primary and secondary data, such as books, scientific articles, journals and qualified periods within the proposed theme.

 

Results: The results obtained showed that from Resolution 225 of the CNJ/2016, restorative justice was institutionalized becoming a public policy within the Judiciary, as a means of access to Justice to confront domestic and intrafamily violence.

 

Contributions: As the main contribution, the text exposes restorative justice as a national policy within the Judiciary, as well as in the treatment and adequacy of conflicts.  This approach is essential to the Brazilian legal culture that follows the punitive logic, when it seeks to respond to the devient behaviors with the law factory, reducing the right to violation of the law.

 

Keywords: Gender; restorative Justice; public politics; domestic violence.


Palavras-chave


Gênero; Justiça Restaurativa; Políticas públicas; Violência doméstica.

Texto completo:

PDF

Referências


ACHUTTI, D. Modelos contemporâneos de justiça criminal: justiça terapêutica, instantânea restaurativa. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009.

AMARAL, M. T. G. O Direito de acesso à justiça e a mediação. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009.

BAUMAN, Z. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Zahar, 2003.

BEIRAS, A. Mapeamento de serviços de atenção grupal a homens autores de violência contra mulheres no contexto brasileiro. Rio de Janeiro: Instituto Noos, 2014.

BITENCOURT, C. M. O controle jurisdicional de políticas públicas. Porto Alegre: Núria Fabris, 2013.

BRANCHER, L. Justiça Restaurativa. 2009. Disponível em: www.responsabilidadesocial.com. Acesso em 10 abr 2018.

BRASIL. Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). Brasília; DF, 2006.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Políticas para as Mulheres. Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2013.

BRASÍLIA. Política Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres. Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres; Secretaria de Políticas para as Mulheres – Presidência da República, 2011.

BUCCI, M. P. D. Fundamentos para uma teoria jurídica das políticas públicas. São Paulo: Saraiva, 2013.

BUTLER, J. P. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CAPPELLETTI, M.; GARTH, B. Acesso à justiça. Porto Alegre: Fabris, 2002.CNJ. Política Nacional de Justiça Restaurativa. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/atos-normativos? 06 ago. 2016.

FULLER, J. R.; WOZNIAK, J. F. Peacemaking criminology; past, presente and future. In: CULLEN, F. T.; WRIGHT, J. P.; BLEVINS, K. R. Taking stack: the status of criminological theory – advances in criminological theory. New Brunswick Transacion Publishers, 2006, p. 251- 276.

INFORMATIVO. (2016). Campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha. Instituto Patrícia Galvão, n. 11. Disponível em: www.compromissoeatitude.org.br/tag/instituto-patricia-galvao/. Acesso em: 02 abr 2018.

MARIOTTI, H. As paixões do Ego: complexidade, política e solidariedade. São Paulo: Palas Athenas, 2000.

MATTOS, F. P. Acesso à justiça: um princípio em busca de efetivação. Curitiba: Juruá, 2011.

O GLOBO. (2016) Lei Maria da Penha: após dez anos, um dos desafios é a ressocialização de agressores. Jornal O Globo, 2016. Disponível em: http://oglobo.globo.com/brasil/lei-maria-da-penha-apos-dez-anos-um-dos-desafios-a-ressocializacao-de-agressores-19777632. Acesso em: 03 abr 2018.

PALLAMOLLA, R. P. Justiça restaurativa: da teoria à prática. São Paulo: IBCCRIM, 2009.

SANTOS, B. S. Para uma revolução democrática da justiça. São Paulo: Cortez, 2007.

SARAIVA, E. Introdução à teoria da Política pública. In: SARAIVA, E.; FERRAREZI, E. (Orgs). Políticas públicas; coletânea. Brasília: ENAP, 2006, p. 28-29.

SCHMIDT, J. P. Para entender as políticas públicas: aspectos conceituais e metodológicos. In: REIS, J. R.; LEAL, R. G. Direitos sociais e políticas públicas: desafios contemporâneos. Tomo 8. Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2008.

SOARES, V. Políticas públicas para igualdade: papel do Estado e diretrizes. Prefeitura Municipal. Coordenadoria Especial da Mulher; Secretaria do Governo Municipal. Políticas públicas e igualdade de gênero. São Paulo: Coordenadoria Especial da Mulher, 2004.

SPENGLER, F. M. Da jurisdição à mediação: por uma outra cultura no tratamento dos conflitos. Ijuí: Unijui, 2010.

SUBIRATS, J. Análisis y gestión de políticas públicas. Barcelona: Planeta, 2012.

TIVERON, R. Justiça restaurativa: a construção de um novo paradigma de justiça criminal. Brasília: Thesaurus, 2014.

TJRS. Justiça Restaurativa ganha projeto especial e é ampliada pelo TJRS. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. 2014. Disponível em: www.tjrs.jus.br/site/imprensa/noticias/?idNoticia=251596. Acesso em: 25 mar 2018.

ZAREMBERG, G. El género en las políticas públicas: redes, reglas y recursos. México: FLACSO México, 2013.




DOI: http://dx.doi.org/10.26668/revistajur.2316-753X.v1i68.2756

Apontamentos

  • Não há apontamentos.




Revista Jurídica e-ISSN: 2316-753X

Rua Chile, 1678, Rebouças, Curitiba/PR (Brasil). CEP 80.220-181

Licença Creative Commons

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.